A suinocultura brasileira representa uma importante atividade econômica para o país, o
qual ocupa lugar de destaque na produção e exportação de carne suína no mundo. O
destaque do país na produção de suínos, deve-se a melhorias na sanidade, manejo,
produção integrada e, principalmente, no aprimoramento gerencial dos produtores. O
primeiro artigo consistiu em determinar a frequência e a distribuição das doenças
infecciosas (DI) diagnosticadas através de exame de necropsia e histopatologia em suínos
nas fases de crescimento e terminação ao longo de 12 anos (2005-2016) no sul do Brasil.
Foram avaliados 1906 laudos anatomopatológicos de suínos nas fases de
crescimento/terminação, dos quais as DI corresponderam a 75,6% (1441 casos) do total.
As infecções por circovírus suíno tipo 2 (PCV2) foram as mais frequentes, contabilizando
51,3% (739/1441) dos casos, seguidas por DI que afetam o sistema respiratório (30,1%
dos casos). Dentre essas, destacam-se a influenza suína A (15,1%; 218/1441) e
pneumonias bacterianas (15%; 216/1441). O diagnóstico de influenza exibiu uma
frequência elevada entre os anos de 2010 a 2013, totalizando 43,1% (167/387) dos
casos. Após este período, ambas DI respiratórias exibiram caráter endêmico. As DI que
afetam o sistema digestório totalizaram 10,5% (151/1441) dos diagnósticos, com as
seguintes condições: enterocolite por Salmonella spp. (43,7%; 66/151), enteropatia
proliferativa por Lawsonia spp. (41,7%; 63/151) e colite por Brachyspira spp. (14,6%;
22/151). Além dessas, as polisserosites e meningites bacterianas representaram 5,8%
(84/1441) e 2,3% (33/1441) dos casos diagnosticados, respectivamente. O segundo artigo
descreve três surtos de doença por circovírus suíno tipo-2 (PCVD) com lesões envolvendo
musculatura esquelética. Em um curso clínico de 7 a 10 dias, 92 suínos apresentaram
apatia, emagrecimento e diarreia. Ainda, cerca de 30 dos suínos afetados, apresentavam
dificuldade de locomoção, fraqueza muscular, paresia de membros pélvicos e decúbito
permanente. Quatro suínos exibiram palidez em músculos esqueléticos dos membros
pélvicos, torácicos e dorso-lombares. As lesões microscópicas observadas consistiam de
miosite necrótica granulomatosa, predominantemente, em membros pélvicos e torácicos,
e em menor intensidade nos músculos dorso-lombares. No exame imuno-histoquímico
para PCV2 observou-se marcação multifocal acentuada, predominantemente, no
citoplasma e núcleos de macrófagos, linfócitos e células gigantes multinucleadas, além
de marcação discreta no citoplasma no citoplasma de fibras necróticas da musculatura
esquelética. As amostras de músculo esquelético foram positivas na reação em cadeia de
polimerase para PCV2 e a ampliação exibiu 99% de identidade com sequências
pertencentes ao genótipo PCV2b.