O consumo de água é vital para todos os seres terrestres. Com a dificuldade de consumo voluntário de água por gatos, o uso de alimentos úmidos como forma de compensar as perdas hídricas é importante. As urolitíases estão entre as doenças que mais afetam a saúde de gatos domésticos, presente em 23% dos casos das doenças do trato urinário inferior de felinos. Estudos demonstram correlação entre o excesso de bases de um alimento e o pH urinário gerado, sendo possível influenciá-lo sem que haja necessidade de inclusão de aditivos. Por outro lado, a maior quantidade de água ingerida é capaz de diminuir a saturação da urina e diminuir as chances de aparecimento de urólitos. Com isso, objetivou-se com esse trabalho demonstrar como o correto balanço cátion-aniônico dietético (BCAD) de dois alimentos úmidos pode favorecer um pH urinário ideal e como a mudança do alimento pode afetar os parâmetros sanguíneos de gatos adultos saudáveis. Portanto, dois alimentos (A inicial e B inicial) foram inicialmente avaliados sem o correto balanço de minerais, os quais, após reformulação para aumentar a quantidade de ânions, foram reavaliados (A corrigido e B corrigido), utilizando-se 12 gatos adultos sem raça definida, com idade média de 5,0 anos, com peso médio de 3,66 ± 0,18Kg, machos e fêmeas. O delineamento experimental foi em delineamento inteiramente casualizado (DIC), com esquema de parcelas subdivididas, totalizando seis repetições por tratamento. Para consumo de alimento (MN), houve diferença significativa (P<0,05) apenas entre os alimentos A e B. No consumo de alimento (MS) não houve diferença entres nenhum dos alimentos (P>0,05). O consumo de EM dos alimentos foi maior para o alimento A inicial, comparado ao alimento A corrigido e também para os alimentos iniciais comparados aos corrigidos. Os valores médios de densidade da urina dos animais recebendo os alimentos experimentais não diferiram significativamente (P>0,05). Quanto ao volume urinário, os gatos que receberam o alimento A sem correção apresentaram valores maiores que os que consumiam o alimento A corrigido. Para os valores de pH in vivo, os alimentos A e B corrigidos apresentaram menores valores de pH, sendo que os valores encontrados nos animais consumindo os alimentos A demonstraram-se menores que os dos animais que consumiram os alimentos B. Os valores de pH medidos in vivo apresentaram alta correlação com os preditos pelas equações sugeridas por Kienzle e Wilms-Eilers (1994) e por Jeremias et al. (2013), com exceção ao alimento B. Os animais que consumiram os alimentos sem correção apresentaram menores concentrações de ureia que os corrigidos e os que consumiram os alimentos B apresentaram valores maiores que os que consumiram os alimentos A. Para as concentrações séricas de creatinina, os animais que consumiram os alimentos A apresentaram maiores concentrações que os animais que consumiram os alimentos B. Assim, conclui-se que a correção do BCAD pela alteração do conteúdo de minerais da dieta é efetiva para modular o pH urinário.