A presente pesquisa teve como objetivo investigar as representações sociais dos professores de ensino médio das escolas públicas de BrasÃlia sobre a inclusão de alunos com deficiência intelectual e relacionar essas representações com a experiência e formação desses professores. Trata-se de uma pesquisa que teve como lente teórica a Teoria das Representações Sociais e a literatura referente à inclusão. As análises dos dados foram estruturadas a partir de dois momentos. No primeiro momento, fizemos a aplicação do questionário da TALP aos 115 professores de 11 escolas públicas e procedemos à s análises desses dados com auxÃlio do software EVOC. Essa análise foi realizada inicialmente com os 115 professores e, posteriormente, apenas com aqueles que declararam ter formação em educação inclusiva. No segundo momento, realizamos entrevistas semiestruturadas com nove professores. Para analisar as entrevistas, utilizamos de uma adaptação da análise de conteúdo, proposta por Bardin (2002). ConcluÃmos que as representações sociais de professores estão objetivadas no binômio legÃtimo, porém, difÃcil. Assim, o aluno com DI é representado como especial, porém, imperceptÃvel, discriminado e gera desafio e dificuldade para o professor que se sente despreparado e não valorizado, portanto, desmotivado para realizar mudanças. Essa representação contrasta, entretanto, com a representação social especÃfica de um subgrupo de professores que apresenta formação continuada em educação inclusiva. Para esse subgrupo, o aluno com DI é constituÃdo de necessidades, mas também de potencialidades. Ele é representado como capaz e dificuldade. Constatamos ainda que a experiência de escolarização do aluno com DI vem impactando os professores de ensino médio, mas essa experiência é compartilhada, principalmente, por meio da prática de lamentação, que promove o alÃvio do mal-estar, mas não permite ampliar as crenças dos professores na capacidade de desenvolvimento desses alunos. Isso acaba por perpetuar uma representação social centrada exclusivamente na ideia de dificuldade e imutabilidade da deficiência. Os resultados indicam que a informação advinda do curso de formação, bem como da experiência com a escolarização do aluno, é valorizada na representação social, contudo, ela adquire sentido não só em função dos elementos cognitivos, mas também dos elementos afetivos. Acreditamos que a presente pesquisa contribui na medida em que socializa indicadores de sucesso, bem como de obstáculos em relação à formação e à experiência dos professores com jovens com DI em classes regulares de ensino médio.