O semiárido nordestino caracteriza-se pela ocorrência de chuvas mal distribuídas em um período relativamente curto, o que proporciona altos riscos na agricultura de sequeiro, seja ela para produção de grãos ou de forragem para alimentação animal. O conhecimento das culturas/cultivares e o plantio consorciado de gramíneas com milho apontam como uma forma mais eficaz para a produção de volumoso nas condições semiárida. Objetivou-se avaliar a produção de culturas anuais e o consórcio de milho com gramíneas para alimentação animal nas condições edafoclimáticas do semiárido cearense. Para isso, foram realizados cinco experimentos: para o primeiro experimento, foi comparado o desempenho fenotípico de cultivares híbridas e variedades de quatro culturas anuais para produção de forragem (milho, sorgo, milheto, girassol) e do segundo até o quarto experimento foram avaliados a adaptabilidade e estabilidade das culturas (milho, sorgo e milheto) analisando a produção de massa seca de forragem por hectare durante dois anos em três locais no semiárido cearense. Foram conduzidos ensaios para cada cultura (milho, sorgo, milheto e girassol), em delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições, procedendo-se a avaliação dos caracteres agronômicos e bromatológicos, e posterior análises dos dados pelo método gráfico tanto para plasticidade fenotípica quanto para adaptabilidade e estabilidade. Para o quinto experimento, foram estudadas as gramíneas com reconhecida tolerância a período de estresse hídrico em consórcio com a cultura do milho. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com 9 tratamentos, sendo utilizado duas espécies forrageiras (Megathyrsus maximus cv. Massai e Cenchrus ciliares cv. Buffel Áridus), dois métodos de plantio (sulco do plantio da forrageiras e a lanço) e duas épocas de cultivo (plantio simultâneo das forrageiras com o milho e o plantio da cultura do milho após 15 dias do plantio das forrageiras), um tratamento controle adicional com milho solteiro, analisado como fatorial 2x2x2+1, com 3 repetições e, totalizando 27 parcelas experimentais. As variáveis determinadas foram fertilidade do solo em cada parcela (0-0,05 e 0-0,2 m), diagnose foliar do milho, exportação de nutrientes, atributos biométricos e de produção do milho e das forrageiras. Para o primeiro experimento observou-se que as culturas do sorgo e do milheto se destacam com boa plasticidade fenotípica no conjunto de caracteres avaliados em condições de sequeiro no semiárido cearense. Nos experimentos de adaptabilidade e estabilidade as cultivares avaliadas para a produtividade de massa seca de forragem, o BRS Ponta Negra (sorgo), AL Bandeirante (milho) e BRS 1501 (milheto) apresentaram uma boa adaptabilidade e estabilidade sendo alternativas interessantes tanto para recomendações aos produtores quanto para servir como população de base em programas de melhoramento para essas culturas em região semiárida. No quinto experimento, as propriedades químicas do solo não apresentaram diferenças entre os tratamentos do consórcio, época e método de plantio em relação a testemunha (milho solteiro). Na exportação e acúmulo de nutrientes, o capim massai acumulou e exportou mais nutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) em relação ao capim buffel. Para a produtividade de massa seca de forragem a consorciação apresentou diferentes níveis de competição, tanto para espécie de forrageira quanto para épocas de cultivo, contudo para produção total de biomassa (milho e forrageiras) não houve diferença significativa entre os tratamentos.