A ractopamina (Rac) tem sido utilizada durante a gestação de fêmeas suínas gestantes, com
objetivo de melhorar o aporte nutricional ao feto, sendo considerada como repartidor de
nutrientes, promovendo a lipólise e a retenção de nitrogênio, e a síntese proteica. O aumento
no fluxo de nutrientes pode apresentar impactos positivos na condição corporal da fêmea
gestante e o desenvolvimento do feto. O presente trabalho avaliou os efeitos da inclusão de
10 e 20 mg/kg de ractopamina na ração de fêmeas suínas gestantes, entre os dias 25 a 50 da
gestação, sobre o desempenho produtivo, reprodutivo, parâmetros fisiológicos, hemograma e
bioquímica sanguínea das fêmeas e sobre a vitalidade, hemograma, bioquímica sanguínea,
número de fibras musculares no músculo semitendinosus e estado metabólico dos leitões.
Foram utilizadas 45 fêmeas de linhagem comercial híbrida, DB 90 (DB-Genética Suína,
Patos de Minas, MG), divididas de acordo com a ordem de parto em 3 tratamentos: Controle:
sem ractopamina; Rac10: 10 mg/kg de ractopamina; Rac20: 20 mg/kg de ractopamina. O
tratamento foi administrado diariamente via top dressed durante os 25 a 50 dias de gestação.
As avaliações e as coletas de amostras foram realizadas nos 25, 37, 50, 107 dias de gestação e
nos 1, 7, 14 e 21 dias da lactação. Para a avaliação da vitalidade foi utilizado o teste de
pontuação Apgar modificado por Motta-Rojas (2005). A suplementação de ractopamina
durante a gestação não influenciou o desempenho reprodutivo das fêmeas, dos leitões até o
desmame e no número de fibras musculares no músculo semitendinosus ao nascimento.
Houve um aumento na frequência cardíaca e de leitões com vitalidade baixa nas fêmeas
suplementadas com Rac. Houve alterações no hemograma, bioquímica sanguínea das fêmeas,
mas não nos leitões. Os resultados obtidos a partir das análises do hemograma e bioquímica
sanguínea indicam ação da ractopamina sobre o metabolismo lipídico e proteico das fêmeas
sem reflexos importantes nos valores observados nos leitões. O presente trabalho concluiu
que a suplementação de Rac durante os 25 a 50 dias da gestação não influencia
negativamente no metabolismo das fêmeas e sua progênie até o desmame. Por outro lado, a
suplementação de Rac aumenta a frequência cardíaca sem aumento de frequência respiratória
e temperatura retal das fêmeas, no entanto, pode ser considerado ainda dentro dos parâmetros
fisiológicos normais durante a gestação. O aumento no número de leitões de vitalidade baixa
10
pode estar relacionado a um aumento numérico do peso ao nascimento dos leitões. Contudo,
a suplementação de Rac durante os 25 – 50 dias da gestação não influencia negativamente no
desempenho produtivo das fêmeas e sua progênie até o desmame.