Introdução: Estrias de distensão (ED) são lesões lineares e atróficas, eritematosas ou hipocrômicas, comumente presentes principalmente nas mulheres. Apresentam quadro clínico típico, podendo variar em intensidade. Os casos mais graves podem causar impacto negativo e repercussões psicológicas importantes. Devido sua grande incidência, sua variabilidade na intensidade do quadro clínico, sua diversidade de opções terapêuticas e poucos instrumentos de avaliação do grau de melhora, optou-se por desenvolver uma escala de gravidade de estrias. Objetivo: Classificar as estrias em leve, moderada, grave ou extremamente grave, e desenvolver uma Escala de Gravidade de Estrias de Distensão. Métodos: Um total de 110 regiões com estrias em 45 participantes foram avaliadas para a fase de validação, e através de uma classificação clínica realizada por experts (estratégia Delphi) foram descritas as seguintes variáveis: topografia, número de lesões, comprimento da estria mais longa, largura da estria mais larga, largura da estria de padrão mais frequente, quadrantes acometidos, distribuição (isoladas ou múltiplas), arranjo (transversal, longitudinal ou reticular), hipocromia ou hipercromia, estria rubra (rósea, eritematosa ou violácea), atrofia, relevo e tempo de surgimento. As variáveis foram analisadas em modelo Partial Least Squares (PLS) para detectar o Valor de Importância à Projeção (VIP) de cada uma. Para a composição da escala foram mantidas as variáveis com maiores VIP. Com a finalidade de avaliar a reprodutibilidade da escala, 43 regiões foram avaliadas na fase de reteste Resultados: Das 110 regiões avaliadas, 34 eram mamas, 24 abdomes e 52 glúteos. As estrias consideradas leves foram 30%, as moderadas 33%, graves 21% e extremamente graves 16%. As variáveis com maiores VIP foram largura da estria mais larga, largura da estria de padrão mais frequente, atrofia, quadrantes acometidos, distribuição, hipo ou hipercromia e topografia. O desempenho do modelo quanto à gravidade apresentou alta correlação (rho = 0,76) e o coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,9. Conclusão: Uma escala de gravidade de estrias de distensão foi desenvolvida e validada, o que será de grande utilidade para futuros ensaios clínicos em estrias.