O exercício físico, principalmente o carregamento de peso e peso corporal, é apontado como uma importante ferramenta para a manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose. Os protocolos comumente usados são 2 a 5 vezes na semana por 30 a 60 minutos, fatores limitantes a adesão aos programas de exercício.O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos de sessões únicas semanais (24 semanas) de exercício isométrico de força máxima realizado por 30 segundos e da isometria associada à vibração por 9 minutos, tanto individualmente quanto associados sobre o sistema músculo-esquelético de pós-menopausadas normais ou osteopênicas. Foram 58 mulheres com idade média de 62,7±7,9 e 13,9±8,7 anos de menopausa e nenhuma utilizava medicamentos para a saúde óssea. As voluntárias foram divididas aleatoriamente em 4 grupos: 1) Controle: sedentário (n=9); 2) ISO: exercícios chest press, leg press e vertical lifting em isometria, com estímulo de força máxima no equipamento BioDensityTM (Performance Health Systems-PHS) (n=18); 3) VIB: realizou os mesmos exercícios em isometria sobre a plataforma vibratória Power Plate (PHS) (amplitude vertical: 2mm; magnitude: 7,24g; frequência: 30Hz) (n=16); 4) ISO+VIB: associação dos protocolos descritos acima (n=15). Antes de iniciar o protocolo e ao final de 24 semanas, foram avaliados a densidade mineral óssea (DMO) por densitometria óssea (DXA) (Lunar Prodigy Advance); a microarquitetura óssea por tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) (Scanco XtremeCT); a força muscular através do teste de preensão manual e quantificação de carga (BioDensity); composição corporal por bioimpedância elétrica (Ltd. Tanita - Japão). Também foram avaliados parâmetros funcionais (time up go, velocidade de marcha, functional reach e sentar e levantar), de fragilidade e de qualidade de vida (questionários Kihon e SF-36) (protocolo PB 48109115.6.0000.5505). Os dados foram analisados com teste t para amostras pareadas e amostras independentes e análise não paramétrica com o teste de Kruskal Wallis, considerando significativo p<0,05. Foi ainda realizada a Análise Multivariada de Diferença Variável (PERMANOVA). Acredita-se que 24 semanas seja pouco tempo de exercício para que alterações na DMO sejam notadas por DXA. De fato, não houve diferença na DMO entre os grupos ou entre os valores iniciais e finais. Por essa razão foi realizada a análise da arquitetura da tíbia e do rádio por HR-pQCT. O exercício isométrico de força máxima induziu aumento de 0,99% da densidade cortical da tíbia (ISO; Delta Dcomp 6,6 mgHa/ccm; p<0.05). Entretanto, o mesmo estímulo reduziu a densidade total do rádio em 1,4% ao final das 24 semanas (ISO; Delta D100 -4,5 mgHa/ccm; p<0.05). A associação entre o exercício isométrico de força máxima e o exercício isométrico realizado em plataforma vibratória induziu o aumento da área trabecular do rádio em 0,25% (ISO+VIB; Delta Tb.Ar. 0,6 mm²; p<0.05) e reduziu a densidade cortical do rádio em 1,42% (Delta Dcomp -11,4 mgHa/ccm; p<0.05). O protocolo de exercício praticado pelo grupo ISO promoveu um aumento de 131% na força de MI (p<0.05). O mesmo foi observado com o protocolo praticado por ISO+VIB, que ainda promoveu o aumento de 38% na força conjunta produzida por membros superiores, MI e tronco (p<0.05). O grupo ISO teve aumento da massa livre de gordura e o grupo VIB teve redução do percentual de gordura (p<0.05) Conclui-se que o exercício isométrico de força máxima sozinho ou associado ao estímulo vibratório é capaz de alterar a arquitetura óssea de acordo com o sítio ósseo avaliado, quando realizado em baixa frequência e volume. Conclui-se ainda que os protocolos aqui propostos melhoraram a funcionalidade e a qualidade de vida das voluntárias. Sugere-se que devam ser desenvolvidos protocolos específicos de exercício para cada sítio ósseo.