O pirarucu é uma espécie de rápido crescimento e alto valor comercial. O
conhecimento de sua exigência proteica pode promover a máxima retenção proteica
corporal, melhorando sua saúde e sobrevivência. O presente estudo teve como
objetivo determinar a exigência em proteína bruta para juvenis de pirarucu, avaliando
seu desempenho zootécnico, parâmetros hematológicos e sua resistência quando
desafiados à Aeromonas hydrophila. Foram utilizados 720 juvenis de pirarucus (2,4 ±
0,08 g), distribuídos em 18 tanques de 140 L, sendo 40 peixes por tanque, em um
delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e três repetições em um
sistema de recirculação de água com aeração artificial constante. Os peixes foram
alimentados em 5 refeições diárias (7:00, 10:00, 13:00, 16:00 e 19:00 h) até a
saciedade aparente por 58 dias, com dietas contendo níveis crescentes de proteína
bruta: 30, 40, 45, 50, 55 e 65%. Neste ensaio avaliou-se a sobrevivência, consumo de
ração aparente, ganho em peso, conversão alimentar aparente, e as taxas de eficiência
alimentar, crescimento relativo, crescimento específico, retenção proteica e eficiência
proteica. Após o período experimental foi realizada a biometria final dos peixes, foram
separados 14 peixes por unidade experimental. Destes, 2 foram destinados para coleta
sanguínea, 2 foram eutanasiados por secção medular e destinados para análises de
composição centesimal e 10 foram destinados para o desafio bacteriano. O ensaio de
desafio bacteriano foi realizado no Laboratório de Imunologia de Organismos
Aquáticos – UFAM. Os peixes foram distribuídos em 18 tanques de polietileno de 70 L,
sendo 10 peixes por tanque, com três repetições em um sistema estático. Em cada
unidade experimental foram adicionados 315 mL de inóculo bacteriano na
concentração de 1,2x10 9 UFC/ mL e os sinais clínicos e a mortalidade foram observados
durante 15 dias. A taxa de sobrevivência não foi afetada pelos níveis de proteína bruta da dieta. O consumo de ração aparente, taxa de crescimento relativo, taxa de
crescimento específico, taxa de eficiência alimentar e taxa de eficiência proteica foram
afetados pelos níveis de proteína bruta na dieta. A conversão alimentar aparente foi
inversamente proporcional ao aumento dos níveis de proteína bruta. Os melhores
níveis de proteína bruta estimados para ganho em peso e taxa de retenção proteica
foram 61,96 % e 57,26 %, respectivamente, ajustados por função polinomial
quadrática. A menor porcentagem de proteína bruta corporal 59,03% foi determinada
nos peixes alimentados com dietas de 30% de proteína bruta, as porcentagens de
lipídios e cinzas foram diminuindo de acordo com o aumento da proteína na dieta. Os
parâmetros hematológicos não foram afetados pelos níveis de proteína dietética. Não
houve mortalidade durante o desafio bacteriano, porém os peixes que se alimentaram
com dietas de 30% de proteína bruta apresentaram a maior porcentagem na
frequência de lesões caudais 66,7%, enquanto que os peixes alimentados com dietas
de 65% proteína bruta não apresentaram lesões na nadadeira caudal. Recomenda-se o
nível de 57,26% de proteína bruta em formulações de dietas para proporcionar a
máxima retenção proteica e resistência imunológica em juvenis de pirarucu.