A presença de árvores em sistemas silvipastoris (SSP) pode afetar a produção de forragem, as características estruturais, bromatológicas e a sustentabilidade ambiental nestes sistemas. Objetivou-se avaliar parâmetros produtivos e o valor nutritivo da Urochloa brizantha cv. Piatã, a qualidade de solos, bem como a interceptação luminosa nos sistemas silvipastoris com diferentes densidades arbóreas e anos de implantação. O ensaio foi conduzido na Embrapa Milho e Sorgo, no município de Sete Lagoas, Minas Gerais. O delineamento experimental adotado foi inteiramente ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram: sistemas silvipastoris com U. brizantha Piatã e Eucalyptus grandis GG100, implantados em 2009; (SSP1) com 333 árvores ha-¹ e (SSP2) com 166 árvores ha-¹ e em 2011; (SSP3) com 333 árvores ha-¹ e (SSP4) com 166 árvores ha-¹. Além dos sistemas silvipastoris nos arranjos espaciais 15 x 2 e 15 x 4 m, uma pastagem com a mesma forrageira à pleno sol (PS) implantada em 2009 e uma área de Floresta Estacional Semidecidual de transição para Cerrado. As amostras da forrageira foram retiradas nas distâncias a partir do componente arbóreo de 0,5; 1,25; 3 e 7 m. A cada 28 dias coletou-se, em quatro repetições, a forragem com uso de quadrado metálico de 1 m². Determinou-se a produtividade da planta inteira e frações: folha, colmo e material morto. Foram avaliadas a produção de massa seca, relação lâmina colmo, valor nutritivo, e interceptação luminosa. Foi mensurada radiação fotossinteticamente utilizando o ceptômetro. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-100 cm para avaliação de estoque de carbono, e a 0-5 e 60-100 cm para análises microbiológicas: atividades enzimáticas, metabólicas, contagem de população de microrganismos do solo e diversidade genética (a 0,5 e 7 m do renque do eucalipto). Realizou-se a ANOVA e comparação de médias pelo teste Tukey com α = 0,05. A produção de matéria seca no capim Piatã apresentou efeito dos sistemas avaliados, sendo a produção durante ciclo de pastejo (405 dias) foi de 13.513,25 kg ha-1 ano-1 nos SSPs e 28533 kg de MS ha-1 ano-1 nos PS. O desbaste de 50% das árvores nos SSPs não apresentou efeito significativo sobre a RFAi e produção da forragem. O avanço de cinco para sete anos de implantação dos SSPs não afetaram a RFAi no subbosque, entretanto, causou reduções na produção e qualidade da forragem. O sombreamento crescente ao longo do tempo estimulou o aumento da altura média do dossel. A relação folha:caule da gramínea foi afetada pelo sombreamento no sistema SSP. As frações da forrageira não alteraram pela redução do RFAi na forragem SSP quando comparada a PS (P>0,05). Os sistemas silvipastoris promoveram incrementos na PB, DIVMS e redução nas fibras em relação a pastagem PS. Quanto aos atributos biológicos (UR, RBS, H e diversidade genética) nos solos houve efeito significativo (P<0,05) entre os sistemas avaliados em comparação com vegetação nativa, exceto nas distâncias a partir da linha de eucalipto que não difere estatisticamente (P>0,05), apesar que, quanto a diversidade genética no solo a distância amostrada distinguiu sobretudo no grupo funcional fungos. O estoque de carbono no solo apresentou efeito entre sistemas (P<0,05) nas profundidades com maiores valores nos SSP a mais tempo estabelecido e pastagem PS. A associação de árvores e pastagem apesar da redução em 53% da produção da forrageira mostra-se promissora com bons resultados nos aspectos bromatológicos, melhorias na qualidade do solo. Além de contribuir para serviços ambientais como ampliações no estoque de carbono no solo e propiciam melhorias na qualidade do solo pelo aumento da atividade e diversidade da microbiota edáfica.