A toxoplasmose é uma doença zoonotica que acomete os mamíferos e aves. A prevenção e controle dessa doença requer a utilização de levantamentos epidemiológicos, envolvendo os diferentes participantes de sua cadeia epidemiológica, como suporte no planejamento e adoção de estratégicas adequadas. Sendo assim, com esse estudo buscou analisar aspectos epidemiológicos da infecção por Toxoplasma gondii em bovinos e caninos no Estado de Pernambuco, Brasil. Utilizaram-se 420 amostras de soro bovino cedidas pelo Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco, provenientes fêmeas mestiças em idade reprodutiva de 28 municípios do Estado, treze no Agreste, sete no Sertão, cinco no São Francisco, dois na Zona da Mata e um na Região Metropolitana. Em cada município analisou-se 15 amostras por Reação de Imunifluorescência Indireta (RIFI) com ponto de corte 1:40. Em relação aos caninos, utilizou-se amostragem não probabilística por conveniência para coletar 135 amostras de sangue de cães urbanos domiciliados, com ou sem raça definida, de ambos os sexos e diferentes faixas etárias, da Região Metropolitana do Recife, sendo 90 procedentes da Ilha Itamaracá e 45 da cidade do Recife. Para a detecção de anticorpos IgG anti-T. gondii foi utilizada a Reação de Imunofluorescência Indireta com ponto de corte 16. Na análise de dados utilizou-se teste qui-quadrado de Pearson, ou Exato de Fisher, quando necessário, com auxilio do programa Epi Info, versão 7.2.1.0. Anticorpos IgG anti-T. gondii foram detectados em 27,14% (114/420) dos bovinos analisados. Houve positividade em 100% das mesorregiões avaliadas. Dos 28 municípios estudados, houve positividade em 92,8% (26/28) com variação entre 6,7% e 66,7%. A frequência de cães soropositivos na Região Metropolitana do Recife foi de 40%, 42,2% na cidade do Recife e 38,8% na Ilha de Itamaracá. Conclui-se que a detecção de anticorpos IgG anti-T. gondii em bovinos e caninos nas localidades avaliada indica a presença do parasito no território pernambucano.