A exploração da bubalinocultura tem crescido constantemente nos últimos anos. Neste contexto, o uso de biotécnicas da reprodução como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), aspiração folicular (OPU) e produção in vitro de embriões (PIVE), têm se mostrado factíveis em bubalinos, embora ainda com uma eficiência reduzida e com pouca aplicação comercial comparado a outras espécies animais. Isto se deve a características particulares da espécie, como dificuldade de identificação do estro e à complicação em condicionar touros para a coleta de sêmen com a vagina artificial, principalmente animais adultos. Somados a isto, mesmos os animais após o condicionamento e coleta de sêmen, não mantém uma constância na produção de ejaculados com qualidade, chegando mesmo a interromper a produção de sêmen sem um motivo aparente. Em parte, esses problemas foram solucionados com a elaboração de protocolos que permitam o uso da IA sem a necessidade de detecção do estro, ou seja, em tempo fixo (IATF). Já o conhecimento da dinâmica folicular nessa espécie possibilitou o desenvolvimento de protocolos para controlar as fases folicular e luteínica do ciclo estral e, por fim, a ovulação. A combinação destes tratamentos de sincronização da ovulação permite o uso da inseminação artificial durante todo o ano, possibilitando o ganho genético e a distribuição da concepção e dos partos conforme a demanda do mercado. No entanto, a inseminação artificial em bubalinos, que tem como base o uso do sêmen congelado, apresenta alguns gargalos como: a falta de sêmen no mercado nacional; touros com genética superior, mas que não resistem ao processo de congelamento; injúrias causadas aos espermatozoides durante o processo de congelamento, que pode causar um decréscimo de até 60% na viabilidade da população espermática em bubalinos e a existência de deficiências básicas de manejo nas propriedades. Face ao exposto, esse estudo tem o objetivo de testar a eficácia do sêmen refrigerado e congelado na IATF nos períodos reprodutivos favorável e desfavorável, assim como na fertilização in vitro para melhorar as taxas de fertilidade, estudar a expressão dos comportamentos sexuais de touros bubalinos e, a aplicação de técnicas de manejo racional durante o período de coleta de sêmen com a vagina artificial, visando facilitar o condicionamento e coleta de sêmen, bem como desenvolver novos extensores para o sêmen de búfalos. Os resultados obtidos com as inseminações artificiais durante o período reprodutivo favorável e desfavorável mostraram taxa de prenhez superior para o sêmen refrigerado. Resultado este que também foi obtido com a PIVE. Quanto ao comportamento dos touros, verificou-se que estes animais são passíveis de condicionamento para a coleta de sêmen com vagina artificial á campo. Após diversos testes foi verificado que o diluidor TRIS com 10% de LDL, acrescido de 0,5% de lecitina de soja e com a adição de 10 mM do antioxidante acetilcisteína apresentou os melhores resultados de longevidade e fertilidade in vitro.