A constituição do espaço forrageiro engloba tanto o aspecto morfológico e estrutural quanto a bioquímica e fisiologia das plantas cultivadas. A interação dos fatores bióticos e abióticos refletem, nas respostas, aos diferentes estímulos, podendo alterar o metabolismo de carbono e a partição dos fotoassimilados em diferentes estádios de desenvolvimento. No primeiro capítulo, objetivou-se avaliar a atividade enzimática de invertases e amilases Capim Marandú sob diferentes níveis de sombreamento e na presença ou ausência de adubação nitrogenada. No segundo capítulo, objetivou-se avaliar a atividade enzimática de invertases e amilases Estilosantes Campo Grande sob diferentes níveis de sombreamento e na presença ou ausência de adubação fosfatada. E no terceiro, objetivou-se avaliar a atividade das enzimas invertases ácida e neutra em plantas de Estilosantes Campo Grande sob influência do sistema de cultivo e adubação nitrogenada, em duas estações do ano. Os experimentos do primeiro e segundo capítulo foram realizados em casa de vegetação no período de 01 de julho a 09 de novembro de 2016, localizada na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em esquema fatorial 4 x 2, sendo 4 níveis de sombreamento (0%, 30%, 50% e 80% de sombreamento) e, com e sem adubação nitrogenada de 100 kg N.ha-1 ( capítulo I) e adubação fosfatada de 150 kg P2O5.ha-1 (capítulo II) em um delineamento em blocos ao acaso, totalizando 32 vasos plásticos e período experimental de 84 dias. Foi avaliado a atividade das enzimas invertase neutra do citossol (INC), ácida do vacúolo (IAV) e ácida da parece celular (IAPC), os teores de açúcares redutores e atividade das enzimas α e β-amilases, nas folhas, caules e raízes das plantas cultivadas. Adotou-se α= 0,05. No capítulo I, a interação foi significativa para a atividade da INC na folha, tanto no 1º quanto no 2º ciclo. No 1º ciclo, a maior atividade foi observada quando as plantas foram adubadas, nos sombreamentos com 30, 50 e 80%. Assim como IAPC para os dois ciclos, sendo 1º ciclo, a maior atividade nos sombreamentos 0, 30 e 50%, quando as plantas foram adubadas. No entanto a interação não foi significativa para a atividade da IAV na folha, tanto no 1° quanto no 2º ciclo. A maior atividade da IAV foi observada nas plantas adubadas. A atividade da α-amilase no caule apresentou interação significativa apenas no 2° ciclo. Enquanto na raiz houve interação significativa, onde à pleno sol, a ausência de adubação promoveu maior atividade dessa enzima. Enquanto a 30 e 50%, as maiores atividades foram observadas na presença de adubação. A β-amilase no caule apresentou interação significativa apenas no 2º ciclo, onde em 80% de sombreamento, a adubação favoreceu a atividade, enquanto na raiz, não apresentou interação. Conclui-se que a adubação favorece o aumento das atividades enzimáticas. A atividade das invertases em pleno sol está diretamente ligada ao sistema osmorregulador das plantas, promovendo um gradiente de concentração a fim de translocar fotoassimilados para os sítios de maior necessidade energética. De maneira geral, as invertases aumetaram sua atividade quando sombreadas de 30 a 50%. A redução dos teores de açúcares redutores está relacionada a baixa taxa fotossintética e o aumento das enzimas degradativas α e β-amilase está associada a utilização das fontes de reservas para suprir as necessidades enérgicas nos drenos e translocação de nutrientes. No capítulo II, a atividade da INC na folha, no primeiro e segundo ciclo, apresentou interação significativa. No 1º ciclo, as plantas que receberam adubação e com 0 e 30% de sombreamento apresentaram maiores atividades enzimáticas. Já à 50% de sombreamento, a maior atividade foi observada nas plantas não adubadas. Já no 2º ciclo, as maiores atividades enzimáticas foram observadas nas adubas e com 0, 50 e 80% de sombreamento, assim como na IAV apenas no primeiro ciclo, onde as plantas que adubas e à 0% de sombreamento apresentaram maiores atividades enzimáticas. No entanto IAPC, apresentou interação significativa somente no 1º ciclo. As plantas que receberam adubação e 30% de sombreamento apresentaram maiores atividades. Os teores de açúcares redutores na folha (ARf) apresentaram interação significativa no primeiro ciclo, onde ´0% de sombreamento, os maiores terrores de ARf foi observada na presença de adubação, enquanto a 80% de sombreamento, na ausência de adubação. A interação não foi significativa para a atividade da α-amilase no caule, no 1º ciclo, assim como a adubação e o sombreamento não diferiram quanto a atividade da α-amilase no caule, apresentando atividade média de 76,45 μmol gli. MF-1.h-1. No entanto no 2º ciclo, a interação significativa. A atividade da β-amilase no caule no 1º ciclo e na raiz, apresentou interação significativa. A maior atividade β-amilase no caule foi observada a 30 e 50% de sombreamento nas plantas não adubadas. De modo geral, o sombreamento não altera diretamente na atividade enzimática. No entanto, a adubação favorece a atividade das invertases, uma vez que o fósforo participa da constituição de diversas moléculas mediadores da fotossíntese e na composição de compostos orgânicos. Os teores de açúcares redutores em sombreamento de 30% sugerem alta atividade fotossintética. No entanto, a redução dos teores em função do aumento do sombreamento, é consequência da baixa interceptação luminosa. Em contrapartida, as enzimas degradativas α e β-amilases pouco se alteraram com o sombreamento e adubação, mostrando que ausência de adubação resulta em maior utilização das reservas e o aumento da atividade dessas enzimas está relacionado com o aumento do sombreamento. No capítulo III, visou-se verificar a atividade das invertases em Estilosantes Campo Grande, sob influência do sistema de cultivo e adubação nitrogenada, em duas estações. O experimento foi conduzido em uma área de Capim Xaraés, onde o Estilosantes foram implantados e submetidos a um esquema fatorial 2x2, sendo dois sistemas de cultivo (monocultura e consórcio) e ausência ou presença de adubação (75 kg de N.ha-1). Utilizou-se delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. A atividade das invertases neutra do citosol (INC), ácida do vacúolo (IAV) e ácida da parede celular (IAPC) e os teores de açúcares redutores, nas folhas e caules, foram avaliadas e analisadas pelo teste F, a 5% de probabilidade. A interação entre sistema de cultivo e adubação nitrogenada foi significativa para INC, nas folhas, no verão, de forma que maior atividade ocorreu em função do consórcio e da adubação nitrogenada. O nitrogênio aumentou a atividade da INC no caule nos dois períodos e da IAV na folha, no verão, bem como diminuiu a IAPC, no outono. O sistema de cultivo influencia a atividade da INC, independente do período do ano e não interfere nas atividades das invertases ácidas. As invertases não apresentam alterações regulares em relação a adubação nitrogenada.