A ação da somatotropina recombinante bovina (r-bST) é pouco descrita em equinos, tendo
objetivado avaliar a sua influência na dinâmica folicular, coleta de embriões, vascularização
folicular e perfil metabólico. Dez éguas sem raça definida foram submetidas a avaliações
ultrassonográficas diárias, por via transretal, durante o intervalo interovulatório, avaliando-se
apenas os folículos ≥ 5 mm, sofrendo ainda coletas de sangue e avaliações ultrassonográficas
em modo Doppler colorido a cada 48 horas. Cinco éguas foram tratadas com 500 mg de r-bST
no primeiro e no 14º dia após ovulação, e as demais com soro fisiológico, formando o grupo
tratado (GT) e controle (GC), respectivamente. A apresentarem folículos dominantes com
diâmetro ≥ 40 mm, todas foram induzidas a ovular com hCG, inseminadas após 24 horas e
submetidas a coleta de embrião seis dias após ovulação. No primeiro experimento os dados
foram agrupados de acordo com o diâmetro do folículo dominante nas fases de emergência,
divergência, dominância, pré-ovulatória, indução, inseminação e ovulação, sendo todas as
éguas usadas duas vezes, no mesmo grupo, respeitando o intervalo de dois ciclos estrais, entre
as repetições. No segundo experimento o percentual de vascularização folicular foi determinado
subjetivamente, considerando apenas os momentos da segunda utilização das éguas. As
concentrações de IGF-I, NEFA, glicose e proteína total foram mensurados em todos os
momentos, com exceção do IGF-I com avaliações apenas no primeiro, sexto, 14ª e no último
dia do intervalo interovulatório. O GT apresentou crescimento folicular precoce (± 3 dias) para
as fases de emergência, divergência, dominância e pré-ovulatória, assim como para o seu maior
folículo subordinado, que iniciou seu crescimento mais cedo. A taxa de recuperação de
embriões não diferiu entre os grupos (90% para o GC e 70% para o GT), sendo coletadas 16
estruturas, obtendo uma não fecundada e as demais entre mórula e blastocisto inicial para o
grupo GC e mórula e mórula compacta para o GT, com qualidade de excelente (dois grupos) a
pobre (apenas no GC). O GT apresentou maior crescimento da vascularização folicular a partir
do oitavo dia pós ovulação (p £ 0,05), mesmo sem diferenças nas taxas de vascularização. As
concentrações de IGF-I e NEFA apresentaram aumentos significativos no D6 e D14 para IGFI
e no D16 para o NEFA, porém mantendo-se dentro dos padrões fisiológicos. A glicose e a
proteína total se mantiveram constantes. Desta forma, conclui-se que a r-bST influencia a
dinâmica folicular das éguas, levando a uma antecipação do desenvolvimento folicular e
favorecendo a vascularização folicular periférica sem prejuízos a homeostase corporal podendo
ser utilizada para encurtar o ciclo estral.