A Leishmaniose visceral canina (LVC) é uma antropozonoose causada pelo
parasito de tipo intracelular Leishmania infantum. Os cães podem ser
classificados em assintomáticos ou sintomáticos, sendo os sinais dependentes
da resposta imune de cada animal. O tratamento continua sendo um desafio,
assim como a interpretação dos achados hematológicos e da bioquímicos sérica,
pela falta de uniformização dos resultados. O objetivo deste trabalho foi a avaliar
achados clínicos, hematológicos e da bioquímicos sérica de cães naturalmente
infectados com Leishmania infantum, submetidos a tratamento experimental.
Foram utilizados 14 cães com diagnóstico parasitológico positivo para
Leishmania spp. Estes foram separados em dois grupos de tratamento, um com
alopurinol associado a domperidona (DOA) (n=7) e o outro grupo alopurinol
associado a miltefosina (MIA) (n=7). Os animais foram monitorados a cada 30
dias até o dia 90 pós tratamento, e realizou-se exame físico, clínico, pesquisa
parasitológica de formas amastigotas de Leishmania sp. de aspirado de medula
óssea, linfonodo e citologia esfoliativa de pele, além do hemograma e bioquímica
sérica: ureia, creatinina, ALT, AST, proteínas totais, globulina e albumina. Todos
os animais a partir do dia 60 apresentaram melhora clínica e negativaram na
pesquisa parasitológica. Os dois grupos de tratamento no início do estudo
revelaram trombocitopenia seguida por hiperproteinemia plasmática e anemia,
os resultados da bioquímica sérica revelaram hiperglobulimenia,
hipoalbuminemia, AST elevado e azotemía. Após 90 dias de tratamento as
alterações hematológicas e bioquímicas diminuíram, mas no grupo DOA ainda
apresentou anemia (14,29%), trombocitopenia (28,57%), hiperproteinemia
(71,43%) e leucocitose (42,86%) no hemograma, e azotemía (14,29%),
hipoalbuminemia (71,43%) e hiperglobulinemia (71,43%) na bioquímica sérica.
No grupo MIA apresentou linfocitose (28,57%), eosinofilia (14,29%),
trombocitopenia (42,86%) e hiperproteinemia plasmática (71,43%) no
hemograma, e azotemia (42,86%), hiperglobulinemia (100%) e hipoalbuminemia
(85,71%) na bioquímica sérica. Conclui-se que, o tratamento de alopurinol
associado a domperidona é o melhor protocolo favorecendo a remissão dos
achados clínicos e laboratoriais.