Elevadas temperaturas conduzem à redução das propriedades e podem levar ao lascamento (spalling) de concretos. Uma boa opção para reduzir o impacto dos efeitos das elevadas temperaturas nas estruturas de concreto é a adição de fibras dispersas descontínuas na massa fresca de concreto. Dentre as fibras existentes, destacam-se as fibras de poliolefina, que são fibras poliméricas, quimicamente estáveis, resistentes em ambientes agressivos e livres do processo de oxidação. Com o objetivo de se avaliar o comportamento de concretos sem e com fibras de poliolefina sob elevadas temperaturas, foram confeccionados 195 corpos de prova cilíndricos de 100 mm x 200 mm de dimensões. Os parâmetros variados foram a resistência média do concreto à compressão (fc = 35 MPa e fc = 80 MPa), o teor volumétrico de fibra de poliolefina de 35 mm de comprimento e de 0,50 mm de diâmetro equivalente (Vf = 0,00%, Vf =0,25%,Vf =0,50%eVf =0,75%) e a temperatura (T =25oC, T=300oC, T=600oC e T= 900 oC). As propriedades avaliadas foram a resistência à compressão (fc), a resistência à tração indireta por compressão diametral (fct,sp), o módulo de elasticidade (Eci), a perda de massa (Dm), a porosidade (n), a variação volumétrica (DV) e a velocidade de propagação de onda ultrassônica (V). Verificou-se que a adição de fibra de poliolefina impediu o lascamento dos concretos sob elevadas temperaturas e que houve reduções, em média, de até 94%, 89%, 99%, 8% e 96% nos valores de fc, fct,sp, Eci, Dm e V e aumentos, em média, de até 94% e 6% para n e DV para os concretos estudados com o aumento da temperatura.