O Capim-Elefante (Pennisentum purpureum Schum) é uma espécie forrageira com grande importância no setor agropecuário, devido sua adaptação a diferentes condições edafoclimáticas. A disponibilidade de híbridos, variedades e clones multiplica o seu potencial como planta forrageira. Sendo assim objetivou-se com essa pesquisa avaliar as características morfogênicas, estruturais e produção em clones de Capim-Elefante (94F43.2; 94F09.1; 94F07.2; 94F31.1) sob disponibilidade variável de água (60% e 100% da ETo) em sistema agroflorestal. O trabalho foi conduzido na unidade experimental da Embrapa Meio-Norte/UEP Parnaíba, os clones de Capim-Elefante foram cultivados sob coqueiros (Cocos nucifera), o período experimental foi de junho a setembro de 2016 com a realização de dois cortes com intervalo de 56 dias de rebrotação. Adotou-se o delineamento em blocos ao acaso no esquema de parcela subdividida, com oito tratamentos e quatro repetições. Nas parcelas as lâminas de reposição hídrica (duas) e nas subparcelas os clones (quatro). Na área do SAF a luminosidade as 12 horas variou entre 46 e 49% da radiação fotossiteticamente ativa (RFA). Ao longo do dia estes valores variaram entre 46 e 62% da RFA a pleno sol. Não se constatou interação entre clones e lâminas de água para as características morfogênicas e estruturais. A exceção foi o número de folhas em expansão (NFEP) quando o clone 94F43.2 superou o 94F31.1 que não diferiu dos outros clones. Para os clones o número de folhas totais (NFT) foi em média 18,23, o número de folha vivas expandidas (NFVE) foi de 7,7 com altura do dossel de 90,31 cm. As características morfogênicas também não diferiram entre os clones nem foram influenciadas pelas lâminas de irrigação. A taxa de aparecimento de folhas (TApF) foi 0,24 folhas/perfilho/dia, respectivamente; a de alongamento de folhas (TAlF) e de colmo (TAlC) foi 20 e 0,85 cm/perfilho/dia; a taxa de senescência foi 3,62 cm/perfilho/dia, com duração de vida das folhas de (DVF) 32 dias. Houve interação significativa entre clones e lâminas de irrigação para produtividade de matéria seca e densidade de perfilhos. Na menor lâmina de irrigação ocorreu maior produtividade de matéria seca para o clone 94F31.1, com 5,64 t de MS/.ha e este valor foi superior a 100% do observado para os outros clones. Na maior lâmina de irrigação a produtividade de matéria seca deste clone foi 4,97 t de MS.ha e não diferiu do clone 94F07.2. Entretanto este clone diferiu do 94F43.2 e 94F09.1, embora com menor magnitude, mas ainda assim com mais de 1.000 kg de matéria seca de diferença. A maior densidade de perfilhos foi registrada para o clone 94F31.1 nas duas lâminas de irrigação, na menor lâmina este valor foi de 448.750 perfilhos e na maior lâmina de 491.250 perfilhos. Nas duas situações este aumento em relação aos outros clones foi mais que 100%. Para dinâmica de perfilhamento houve interação entre lâminas de irrigação para a variável taxa de aparecimento. Os clones não diferiram para a taxa de aparecimento, taxa de sobrevivência e mortalidade de perfilhos, o valor médio foi 16,8%, 94,5% e 5,5% respectivamente. A menor lâmina de irrigação promoveu maior taxa de aparecimento de perfilhos, 21,76% enquanto que na maior lâmina de irrigação este valor foi de 11,38%. O Índice de Área Foliar entre 30 e 50 dias aumentou de forma assintótica, considerando o valor médio para os clones o maior valor (2,1) foi observado aos 50 dias para os materiais que receberam uma lâmina de 352 mm de irrigação. A interceptação luminosa no intervalo entre 30 e 50 dias de rebrotação variou entre 57 e 65% para a menor lâmina de irrigação e entre 57 e 71% para a maior lâmina de irrigação. Desse modo o clone 94F31.1 é indicado para cultivo sob coqueiros com lâmina de irrigação equivalente a 60% da ETo.