O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da inclusão de dois teores de
monensina sódica, e do óleo essencial (OE) de capim limão sobre o consumo e
digestibilidade dos nutrientes, a fermentação ruminal e o comportamento ingestivo de
cordeiros recebendo dietas com elevado teor de concentrado. Foram utilizados quatro
cordeiros não castrados sem raça definida, com peso médio inicial de 44,0 kg e
aproximadamente 4 meses de idade, canulados no rúmen. Os animais foram distribuídos
em delineamento experimental quadrado latino 4 x 4, sendo quatro animais, quatro
tratamentos e quatro períodos experimentais. Os tratamentos foram definidos pela adição
de dois teores de monensina sódica ou óleo essencial de capim limão a uma dieta base,
contendo 85% de concentrado e 15% de volumoso (feno de aveia branca; Avena sativa),
como segue: CONT – dieta sem adição de monensina ou óleo essencial; 12,5MON – dieta
contendo 12,5 mg/kg de matéria natural (MN) de monensina sódica; 25MON - dieta
contendo 25 mg/kg de MN de monensina sódica e OE - dieta adicionada com 1 ml/kg de
MS de óleo essencial extraído do capim limão (Cymbopogum flexuosus). Não houve
efeito dos tratamentos sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes. Os animais que
receberam a dieta contendo OE apresentaram pH ruminal superior aos que receberam a
dieta controle, entretanto não diferiram dos que receberam monensina. Houve efeito
quadrático dos teores de monensina sobre o pH ruminal, sendo o maior valor observado
nos animais alimentados com 12,5 MON. Os animais que receberam a dieta com OE
apresentaram maior concentração ruminal de acetato em comparação aos que receberam
monensina sódica. Houve efeito quadrático dos teores de monensina sobre a concentração
ruminal de acetato, sendo o menor valor observado para os animais do tratamento
contendo 12,5 MON. A relação acetato:propionato apresentou menor valor nos animais
que receberam a dieta com 12,5 MON. Em comparação à dieta CONT, o OE diminuiu a
concentração ruminal de butirato, no entanto, os animais que receberam as dietas
contendo monensina apresentaram maior concentração ruminal de butirato em relação
aos do tratamento contendo OE. A concentração ruminal de valerato foi superior nos
animais que receberam OE. O fornecimento de OE diminuiu a concentração ruminal de
isobutirato e isovalerato. Observou-se menor concentração AGCC totais nos animais que
receberam a dieta contendo 12,5 MON. A concentração sanguínea ALT foi superior nos
animais que consumiram a dieta contendo OE em comparação aos da dieta controle. O
OE de capim limão aumentou a concentração ruminal de glicose sanguínea em
comparação com as dietas contendo monensina sódica. O OE diminuiu o número de ovos
por gramas de fezes (OPG) em relação às dietas contendo monensina. Adicionalmente,
houve efeito quadrático dos teores de monensina sobre o OPG, com maior valor nos
animais alimentados com as dietas contendo 12,5 MON. Em conclusão, a utilização de
apenas 12,5 MON mostrou ser uma alternativa eficiente na modulação ruminal de
cordeiros alimentados com dietas ricas em concentrado. Por sua vez, o OE de capim limão
apresentou efeito sobre as características ruminais que o habilita como um aditivo
potencial para uso em dietas ricas em concentrado para cordeiros.