Hipertensão Pulmonar (HP) é uma doença grave com evolução para a insuficiência cardíaca, visto que, nesta fase final, ocorrem alterações musculares periféricas, dentre elas, modificações do estresse oxidativo. Entretanto, não há conhecimento se, na fase inicial da HP, estágio pré clínico, com disfunção cardíaca ocorra alterações do estresse oxidativo. O objetivo desse estudo foi avaliar os indicadores produtos malonaldeído (MDA) e capacidade antioxidante hidrofílica (CAH) e o estresse oxidativo dos músculos periféricos e respiratório de ratos com hipertensão pulmonar no estágio pré clínico, de disfunção cardíaca sem insuficiência cardíaca (IC). Este estudo foi aprovado previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição promotora (protocolo 2883). Foram utilizados dezesseis ratos Wistar machos, com 2 meses de idade e peso médio de 206 ± 16,35g, e a HP foi induzida pela aplicação de dose única intraperitoneal de monocrotalina (60mg/kg). Os animais foram divididos em 2 grupos com 8 animais: controle (C) e grupo com disfunção cardíaca devido a hipertensão pulmonar (HP). Após 3 semanas da aplicação de monocrotalina os animais foram avaliados por ecocardiograma para comprovação da disfunção cardíaca. Após este período os animais foram sacrificados e os músculos EDL(extensor longo dos dedos), sóleo e diafragma foram congelados. Para análise do estresse oxidativo na musculatura esquelética foi realizada a avaliação da porcentagem da capacidade antioxidante hidrofílica e do Malonaldeído (MDA). A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro Wilk e a comparação entre os grupos por teste t não pareado ou Mann Whitney. Foi considerado significante o valor de p<0,05. Ao ecocardiograma houve diminuição da velocidade máxima da artéria pulmonar e do tempo de aceleração da artéria pulmonar, o que comprova disfunção cardíaca. Houve aumento da capacidade antioxidante hidrofílica do diafragma (grupo C:35,84 ± 5,99% e grupo HP:42,12 ± 5,19%, p=0,0490), sem alterar os músculos periféricos (Sóleo grupo C: 41,49 ± 2,45% vs. Grupo HP 45,06 ± 4,66%, p=0,06); (EDL grupo C: 35,76 ± 6,98% e grupo HP: 33,91 ± 6,56%, p= 0,36); Não houve alterações entre os músculos no MDA. No estágio pré clínico da HP já há aumento da capacidade antioxidante do diafragma sem piora dos músculos periféricos. Isso indica ativação de um mecanismo de defesa precoce apenas na musculatura respiratória. Outros marcadores de alterações musculares periféricas necessitam ser estudados para melhor compreensão dos mecanismos e propostas de tratamento precoce.