Com a intensificação da produção agrícola, tem-se como consequência o aumento do controle
químico de plantas daninhas, podendo causar danos ao ambiente e a seres humanos, por
contaminar os ecossistemas. Diante desta realidade, medidas para impedir ou remediar o
efeito negativo dos herbicidas têm sido necessárias, principalmente, quando se trata daqueles
com alta mobilidade no ambiente. Objetivou-se neste trabalho avaliar o potencial de três
espécies florestais como fitorremediadoras de atrazine e de 2,4-D lixiviados, em dois solos de
texturas diferentes, através da técnica de bioensaio. O experimento foi conduzido em casa de
vegetação, em delineamento de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x3x3, com quatro
repetições, correspondente a dois solos (Latossolo Vermelho Amarelo (LVA), de textura
argilosa e o Neossolo Quartzarênico (RQ), de textura arenosa), três soluções de herbicidas
(testemunha, 2,4-D e atrazine) e três espécies florestais embaúba (Cecropia hololeuca),
eucalipto (Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla) e jatobá (Hymenea coubaril). Foram
avaliados o diâmetro do caule (DC), altura de planta (AP), número de folhas (NF), clorofilas a
e b (Cla e Clb), fitotoxicidade (%), massa úmida e seca da parte aérea (MUA e MSA) e massa
seca radicular (MSR). Para verificação de capacidade remediadora das espécies procedeu-se a
semeadura do pepino, como espécie indicadora da presença dos herbicidas nos solos. Para
comparação das médias, utilizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade. O eucalipto foi a
espécie que apresentou maior tolerância a ação dos herbicidas. O cultivo prévio das espécies
arbóreas foi positivo quanto a redução de resíduos de atrazine e 2,4-D na maioria dos
tratamento, com exceção para a espécie jatobá cultivada no solo LVA. Assim, as espécies
avaliadas apresentaram potencial para estudos mais aprofundados de fitorremediação, para as
espécies embaúba e jatobá em relação a áreas contaminadas com 2,4-D e atrazine,
respectivamente, e o eucalipto para ambos.