Uma das consequências da doença renal crônica (DRC) é um quadro de atrofia muscular. O treinamento resistido é tradicionalmente aplicado para aumento de massa muscular, no entanto, faltam estudos complementares para elucidar o mecanismo de modulação que esse tipo de treinamento exerce sobre o sistema renal. Utilizamos ratos Wistar e os submetemos a um treinamento resistido, com a intenção de mimetizar o treinamento de humanos, sob a seguinte prescrição: 6 a 12 escaladas/dia, 5 dias/semana, 10 semanas, contando com a adaptação, sob intensidade de treinamento 40 à 60% do teste de carga máxima. Dividimos os animais em cinco grupos, SHAM e SNS (não-treinados), um grupo treinado apenas antes da nefrectomia (ENS), um grupo treinado somente após à nefrectomia (SNE) e um grupo treinado antes e após a nefrectomia (ENE), todos com 8 a 10 ratos/grupo. Foram analisados em todos os grupos: peso renal, peso muscular, proteinúria, níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias, níveis de proteína (ensaio por Multiplex). Observamos que o exercício resistido teve um impacto fundamental na taxa de sobrevivência, principalmente no grupo ENE comparado ao sedentário com DRC. Sob esse protocolo de exercícios, observamos que os músculos EDL (tipo IIB) e plantar (tipo II) , apresentaram um peso maior nos grupos treinados, sugerindo que o treinamento evitou o catabolismo muscular. Adicionalmente, encontramos níveis atenuados do clearance de creatinina e proteinúria nos grupos treinados em relação ao grupo sedentário (p<0,05). Os resultados sugerem que o treinamento resistido, principalmente o prévio ao estabelecimento da doença, utilizado neste estudo, atua como um modulador dos sistemas renal e muscular, podendo ser utilizado para que a doença seja minimizada na sua evolução para DRC, atuando assim como estratégia não farmacológica, coadjuvante ao tratamento tradicional, a fim de minimizar as graves consequências da DRC.