disfunções que favorecem o aparecimento de infecções e doenças oportunistas que, se não tratadas, levam os pacientes a óbito. Nesse sentido, a Terapia Antirretroviral (TARV) tem sido utilizada com o objetivo de melhorar esse prognóstico de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA). No entanto, o tratamento com a TARV está associado a diversos efeitos colaterais, afetando órgãos e levando a disfunções metabólicas e doenças coronarianas. Porém, o exercício físico vem sendo utilizado como uma forma de tratamento, modificando as alterações provenientes da infecção pelo HIV e administração da TARV. Um método de treinamento pouco estudado em PVHA é o treinamento funcional (TF) que propõe melhoras nas capacidades motoras, parâmetros morfofisiológicos e imunológicos. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do TF sobre o desempenho físico através dos testes velocidade pico (Vpico), resistência muscular localizada para o abdômen (RMLA), flexibilidade e potência de membros superiores e inferiores, e também do sistema imune da cavidade oral por meio da análise da saliva; fluxo salivar, mensuração da imunoglobulina da classe A (IgA), proteínas totais (PT) e ferro, nos períodos pré, durante e após 24 semanas do protocolo de treinamento. Para a constituição da amostra, foram recrutados 20 indivíduos sendo divididos em dois grupos onze HIV- (soronegativo) e 9 HIV+ (soropositivo). Estes foram submetidos a um protocolo de treinamento funcional por um período de 24 semanas, com uma frequência semanal de duas vezes, duração de 30 minutos em regime de esforço/pausa com 30/30 segundos. As avaliações do desempenho físico e análise salivar foram coletadas nos períodos pré, oito, 16 e 24 semanas do TF. Após as 24 semanas concluímos que o TF foi capaz de gerar efeitos positivos sobre o desempenho físico, no grupo HIV-, Vpico, pré 8,7 ± 1,6 - final 10,7 ± 2,3 (km.h-1), Flexibilidade 20,1 ± 10,2 - 23,7 ± 8,1 (cm), PMMS 3,0 ± 0,4 - 4,3 ± 0,6 (m), RMLA 17,9 ± 9,7 - 30,7 ± 7,3 (n˚ repetições), PMMI 28,7 ± 5,6 - 31,8-6,7 (cm). Para o grupo HIV+, Vpico pré 8,6 ± 2,3 - final 10,6 ± 2,2 (km.h-1), Flexibilidade 20,6 ± 6,7 - 26,2 ± 5,6 (cm), PMMS 2,9 ± 0,9 - 3,9 ± 0,8 (m), RMLA 9,0 ± 8,4 - 23,7 ± 6,0 (n˚ repetições), PMMI 25,6 ± 9,9 - 29,6 ± 8,1 (cm). Já para as análises salivares foram encontrados os seguintes resultados, no grupo HIV+, Fluxo salivar pré 1109,1 ± 492,9 - final 690,0 ± 341,4 (µl/min), PT 5874,1 ± 2892,0 - 7464,9 ± 2690,7 (µg/mL), IgAs 249,5 ± 240,8 - 232,8 ± 143,0 (µg/mL), Ferro 46,7 ± 12,7 - 46,0 ± 5,8 (µg/dL), e para HIV+, Fluxo salivar pré 900,0 ± 357,8 - final 743,8 ± 266,5 (µl/min), PT 4365,6 ± 1340,4 - 7376,8 ± 2506,7 (µg/mL), IgAs 255,2 ± 118,7 - 383,4 ± 152,1 (µg/mL), Ferro 45,3 ± 4,5 - 45,0 ± 5,0 (µg/dL), em ambos os grupos não foram observada imunossupressão mantendo os componentes salivares IgA, proteínas totais e ferro inalterados, mostrando que este protocolo pode ser aplicado em PVHA.