Dentre os pescados mais apreciados no mundo as espécies de salmão merecem destaque, estando entre os peixes mais consumidos como alimento cru, principalmente em pratos do tipo sushi e sashimi. Porém, apesar dos benefícios atribuídos ao salmão, o aumento do consumo deste alimento levou ao surgimento de surtos de infecção por agentes patogênicos. Dentre as bactérias patogênicas, as pertencentes ao gênero Salmonella sp. vem se destacando como as principais responsáveis por casos de infecções alimentares. Além da qualidade microbiológica, a autenticidade do pescado utilizado em pratos à base de salmão também tem sido alvo de estudo, visto que, devido à importância comercial do Salmo salar, muitas fraudes estão sendo praticadas por comerciantes. Portanto, o objetivo deste trabalho foi padronizar uma PCR para a detecção de Salmo salar, através da produção experimental de sushi e da análise de amostras comercialmente disponíveis e estabelecer o limite de detecção de uma PCR, para a identificação de Salmonella sp. em amostras de Salmo salar submetidas a etapa de pré-enriquecimento, bem como sugerir um método de extração de DNA adequado, que pode ser utilizado na pesquisa do referido agente em diferentes técnicas moleculares. Para isto, para o teste de autenticação do salmão, dois lotes de sushi foram produzidos experimentalmente e 38 estabelecimentos que comercializam comida japonesa e 10 peixarias na região metropolitana de Belém foram visitados, visando a coleta do sushi, temaki e do pescado pertencente à espécie Salmo salar. Já para a padronização de uma PCR para a detecção de Salmonella sp., uma contaminação artificial foi realizada em amostras de Salmo salar, com cepa padrão de Salmonella enteritidis. Tanto as amostras comerciais quanto as experimentais foram submetidas a um protoco de extração de DNA adequado, para que as amostras fossem posteriormente submetidas as reações de PCR propostas . Os resultados demostraram que a técnica proposta para a autenticação de Salmo salar foi eficiente, visto que a espécie foi detectada tanto nas amostras de sushi preparados experimentalmente quanto nas alíquotas de pescado isolados, utilizados para a preparação do sushi. Além do mais, foi possível confirmar a utilização da espécie Salmo salar no preparo das amostras de sushi, temaki e pescado analisadas. Já os resultados obtidos através da PCR para identificação de Salmonella sp. demonstraram a presença do agente em todas as diluições a partir da hora 18 de incubação, sendo a concentração bacteriana inicial mínima detectada de 1X100 UFC/mL. Quanto a extração de DNA, a metodologia testada revelou-se apropriada para ser utilizada como etapa essencial de execução da PCR. Conclui-se que a técnica utilizada para autenticação do pescado foi capaz de amplificar o DNA da referida espécie (Salmo salar) e o método apresentado para identificação bacteriana de Salmonella sp. mostrou ser uma alternativa confiável para detecção do agente em amostras de Salmo salar em um curto espaço de tempo.