Objetivou-se com o presente trabalho caracterizar a população fúngica do intestino de frangos de corte Cobb 500 com 42 dias de idade e, selecionar a partir do intestino delgado e grosso, cepas promissoras para utilização probiótica na avicultura moderna. Para isso foram abatidas doze aves adultas e as amostras de conteúdo intestinal foram armazenadas em frascos estéreis e seguiram em caixa isotérmica para o laboratório de Microbiologia, onde realizou-se cultivo, quantificação e isolamento microbiano. Onze morfotipos fúngicos foram reisolados em meio de cultura Sabouraud e seguiram para etapa de identificação por técnica de microcultivo. Em condições laboratoriais (in vitro) foram avaliadas características probióticas dos fungos obtidos, como: avaliação da produção de micotoxinas, tolerância frente aos sais biliares e diferentes pH, bem como a capacidade antagonista frente a Salmonella Typhimurium, Salmonella Enteritidis e Escherichia coli. Além disso, determinou-se a habilidade de colonização em grãos de milho e soja por meio de microscopia eletrônica de varredura, atividade amilolítica de 24 até 72 horas de incubação e tempo de viabilidade da solução fúngica em condições ambiente. Selecionada a cepa promissora seguiu-se para ensaios in vivo, onde determinou-se a digestiblidade da matéria seca e do extrato etéreo para frangos com 21 dias de idade suplementados com: dieta basal sem adição probiótica; dieta basal com adição de probiótico comercial; dieta basal com adição do fungo Rhizomucor sp.. Os mesmos tratamentos foram aplicados em ensaio de desempenho nas diferentes fases de produção, sendo avaliadas as variáveis: consumo de ração, peso, ganho de peso e conversão alimentar. Todas as variáveis passaram por análise exploratória e as que violaram pressupostos da estatística paramétrica foram transformadas ou analisadas por testes não paramétricos. Dados com distribuição paramétrica foram comparados por Scott Knott (α=0,05). Observou-se que o gênero mais prevalente dos sítios estudados foi o Aspergillus. Outros gêneros encontrados no intestino de aves foram: Trichophyton e Rhizomucor. Aproximadamente 50% dos isolados avaliados foram produtores de micotoxinas. Nenhum dos isolados testados apresentaram atividade antagonista frente às enterobactérias testadas. Todos os fungos mostraram-se tolerantes aos sais biliares e aos diferentes pH’s acidificados com ácido clorídrico. A solução de esporos do fungo Rhizomucor sp. mostrou-se viável por até seis meses. Os valores de atividade amilolítica para 90,9% dos isolados testados a partir de 48h de incubação foram maiores que 1. Os tempos de incubação (24, 48 e 72 horas) diferiram estatísticamente entre si, de forma que o maior desenvolvimento das colônias e de halos de degradação foi observado com o maior tempo de incubação. O fungo Rhizomucor sp. foi capaz de desenvolver sobre os grãos do milho e da soja, com emissão de micélio e capacidade de penetração das hifas. A digestibilidade da matéria seca não foi afetada pelos tratamentos. A inclusão probiótica, independente da fonte, promovem uma maior digestibilidade do extrato etéreo. Os tratamentos exerceram efeito semelhante sobre o ganho de peso. Os tratamentos com inclusão probiótica apresentaram consumo semelhante entre si, mas inferior quando comparados ao contole. Ou seja, a inclusão de probiótico na dieta de frangos de corte Cobb 500 proporcionou redução no consumo de ração, mas manteve o ganho de peso dos animais, promovendo assim uma melhor conversão alimentar. Conclui-se dessa forma que o fungo Rhizomucor sp., proveniente da microbiota autóctone de frangos de corte apresenta-se como um potencial probiótico a ser utilizado na nutrição de aves da Linhagem Cobb 500 nas diferentes fases de produção.