Essa dissertação se insere no tema sobre leitura e formação, indagando as motivações e a funcionalidade do cantinho de leitura, mecanismo de promoção de leitura para crianças pequenas bastante difundido no meio pedagógico. Interessa especificamente investigar, no âmbito da produção bibliográfica acadêmica e esco-lar, como se estabelecem as bases conceituais e pedagógicas de leitura e literatura para criança que sustentam a compreensão de cantinho da leitura e, a partir disso, examinar as implicações práticas e teóricas que decorrem dessa concepção. Para tanto, é essencial indagar de que modo a literatura contribui para a formação da sub-jetividade na infância, seus contrastes com a herança cultural, os valores que se es-tabelecem como escolha e gosto e o papel do adulto no processo de formação da criança. A literatura, como expressão de arte, é um meio cujo esforço cognitivo pode proporcionar a formação do sujeito no sentido de torná-lo consciente sobre a vida, sem os escamoteamentos oriundos da percepção, muitas vezes ingênua, do adulto sobre a criança. A partir de levantamento bibliográfico, reuniram-se quarenta textos que abordam diretamente ou não o cantinho de leitura como estratégia pedagógica de ensino. A análise deste conjunto de textos evidencia o predomínio de uma con-cepção liberal de sujeito e de formação, em que predominam o subjetivismo, o es-pontaneísmo e o pragmatismo. A discussão tem com base Heller (2011), Bourdieu (2015), Britto (2003, 2012, 2015, 2015), Calvino (2015), Adorno (2002, 2005), Sartre (2015).