A realocação de silagens é uma técnica utilizada para suprir a demanda alimentar dos animais no período de menor disponibilidade de forrageiras nas pastagens. Diante do exposto, foram conduzidos dois ensaios. No primeiro ensaio, objetivou-se avaliar o efeito do tempo de exposição: controle; 0; 6; 12; 18 24; 30; 36; 48 e 60h sobre a composição química (MS, MM, MO, EE, PB, FDN, FDNcp, FDA, CT, CNF), características fermentativas (NH3/NT, pH, AGV’s), composição microbiológica (fungos filamentosos e leveduras) e estabilidade aeróbia de silagens de milho expostas ao ar em diferentes tempos durante a realocação. Foram utilizados 30 silos experimentais, em delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições por tratamento. Após 30 dias de ensilagem da planta de milho, as silagens foram abertas e expostas ao ar nos tempos anteriormente citados e realocadas em seguida nos mesmos silos por mais 30 dias. Após a reabertura dos mini silos, observou-se que as silagens expostas ao ar tiveram maiores valores de MS e N-NH3/NT do que o tratamento controle. As silagens expostas em maior tempo (60h), apresentaram maior valor de pH na abertura (3,94) em comparação ao tratamento não exposto (3,68). Os tratamentos expostos a partir de 30h foram mais instáveis, levando menor tempo para atingir temperatura máxima (70h) em comparação ao tratamento não exposto (128,3h). No segundo ensaio, após 150 dias de ensilagem da planta de milho, as silagens foram realocadas em mini silos experimentais e estocadas durante 4; 8; 16; 32; 64; e 128 dias. Assim, objetivou-se avaliar os tempos de estocagem das silagens de milho sobre composição química, características fermentativas, composição microbiológica, estabilidade aeróbia e perdas (gases, efluentes, RMS). O ensaio foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições por tratamento. As silagens estocadas a partir de 16 dias, apresentaram menores valores de matéria seca e índice de recuperação da matéria seca. Os teores de ácido acético e propiônico aumentaram nos tratamentos estocados acima de 32 dias, o que refletiu na maior estabilidade aeróbia (150,5 h) em relação ao tratamento controle (2,5h). Não houve diferença na contagem de leveduras e fungos filamentosos e no valor de N-NH3/NT no momento da abertura dos silos após a estocagem. Já o pH na abertura, foi menor para o tratamento que ficou estocado 128 dias (3,67) em comparação ao não estocado (4,02), reflexo do maior acumulo de AGV’s totais para este tratamento. Assim, conclui-se para o ensaio 1 que a exposição aeróbia acima de 30h durante a realocação resulta em silagens mais instáveis, o que compromete sua composição química e durabilidade em aerobiose. No ensaio 2 conclui-se que silagens estocadas a partir de 32 dias após a realocação, possuem maior concentração de AGV’s e menor população de leveduras e fungos filamentosos no momento da abertura, o que as torna mais estáveis em aerobiose.