Objetivos: Estudar a interação entre os fatores GM-CSF e M-CSF na recuperação de membros isquêmicos. Métodos: A isquemia de membro foi induzida através da remoção da artéria femoral de camundongos Balb/c machos de 10-12 semanas de idade. Três dias depois, o músculo retofemoral foi eletroporado com 100 ug de plasmídeo uP-mGMCSF e, após dois dias, também foi transfectado 100 ug de plasrnídeo uP-mMCSF. Ao longo de duas semanas, a expressão gênica foi obtida por ELlSA e o perfil leucocitário por hemograma. Semanalmente, imagens do fluxo sanguíneo foram obtidas através de !aser Dopp!er e escores visuais de necrose foram determinados. Trinta dias após a transfecção, a massa e a força dos músculos gastrocnêmio foram avaliadas, sendo que os músculos gastrocnêmíos foram coletados para análise histológica. Neste trabalho, os seguintes grupos foram incluídos: Camundongos não isquêmicos (NI), não isquêmicos eletroporados com uPmGMCSF (NluPGm) e não isquêmicos eletroporados com uP-mMCSF (NluPM), não isquêmicos eletroporados com uP-mGMCSF e uP-mMCSF (luPGmM), isquêmicos não tratados (I), isquêmicos transfectados com o vetor uP-vazio (luP), isquêmicos tratados com uP-mGMCSF (luPGm) e isquêmicos tratados com uP-mMCSF (luPM) e isquêmícos tratados com uP-mGMCSF e uP-mMCSF (luPGmM). Resultados: Os picos das expressões de GM-CSF e de M-CSF ocorreram entre os dias 2 e 4. Na primeira semana, o grupo luPGm mostrou contagens aumentadas de todas as células sanguíneas analisadas, enquanto que o grupo luPM mostrou aumento somente na contagem de monócitos. Ao final de 30 dias, o grupo luPGmM obteve maior fluxo sanguíneo na pata isquêmica (em %) (46,6±12,3) em relação aos grupos I(34,7±19,0), luP (29,3±8,9), luPGm (26,8±7,9) e luPM (34,8±15,5). Os escores de necrose das patas isquêmicas mostraram que a maioria dos camundongos não obteve necrose, sendo que, nos grupos luPGm e luPM um máximo de necrose na região do pé foi observado e, nos outros grupos, o grau 2 foi o rnaior encontrado. As funcionalidades dos músculos gastrocnêmio (em N/g) dos grupos luPGm (1,5±0,6), luPM (2,3±O,9) e luPGmM (1,1±O,8) foram melhores quando comparado com os grupos I (O,3±O,1)e luP (0,4±O,2), mas ainda não atingindo a funcionalidade muscular do grupo Nl (3,5±O,8). Análises histológicas dos músculos gastrocnêmio após os 30 dias experimentais mostraram que os animais do grupo luPGmM apresentaram aumento da contagem de arteríolas e capilares, de infiltrados de adipócitos, de deposição de colágeno e dos subtipos M1 e M2 de macrófagos, sendo que as fibras musculares se mostraram mais calibrosas e: com menor incidência de fibras em regeneração. Conclusão: A terapia gênica com GM-CSF e M-CSF promoveu a retomada do fluxo sanguíneo na pata isquêmica dos camundongos e melhorou a funcionalidade muscular.