A busca por novas fontes proteicas, alternativas ao uso da farinha de peixe em rações para o camarão marinho, Litopenaeus vannamei, traz problemáticas como a qualidade nutricional e o efeito destas fontes sobre a digestão dos camarões. Com isso, ferramentas como a análise da atividade enzimática propicia informações sobre o desempenho digestivo e a dinâmica das enzimas do animal. Neste sentido, o presente estudo objetivou avaliar o efeito de diferentes dietas formuladas com hidrolisado proteico de resíduos de Oreochromis niloticus obtidos com dois tempos de hidrolise (1 e 2 horas), em substituição a farinha de peixe, sobre a atividade enzimática digestória do camarão marinho, L. vannamei, cultivados em na fase de berçário. Para realização do experimento foram utilizadas, pós-larvas de L. vannamei (0,004g), cultivadas em sistema de água clara, em sistema de recirculação, durante 45 dias. Foram formuladas 7 dietas para a alimentação do animal, com a inclusão do H1 (1 hora de hidrolise) e H2 (2 horas de hidrolise) em níveis de substituição de 40g.kg-1, 80g.kg-1 e 120g.kg-1 da farinha de peixe, compondo os tratamentos: controle (sem adição de nenhum dos hidrolisados), H1-40, H-180, H1-120, H2-40, H2-80 e H2-120. As coletas de hepatopâncreas foram realizadas para determinação da atividade enzimática digestiva, ocorrendo no início do experimento e nos tempos 15, 30 e 45 dias de cultivo. As enzimas avaliadas foram: proteases totais, tripsina, quimotripsina, aminopeptidases, amilase e lipase. Aos 45 dias de cultivo o tratamento H1-80 apresentou a maior média de atividade proteolítica total (1,27± 0,01 mU/mg) diferindo dos demais tratamentos. Já para a tripsina os tratamentos que apresentaram diferença estatística no mesmo período, com médias superiores aos demais foram o H1-120 (32,53 ± 2,77mU/mg) e o H2-80 (28,18±3,20mU/mg). Para a quimotripsina, as maiores medias foram encontradas nos tratamentos H1-80 (16,61± 1,10 mU/mg) e H1-120 (15,69± 0,97mU/mg), que diferiram dos demais. A atividade amilolítica aos 45 dias foi maior no tratamento H1-120 com média de atividade 159,27± 2,05mU/mg. Já a atividade lipolítica o tratamento que apresentou maior valor de atividade foi o H2-120. A substituição da farinha de peixe pelos hidrolisados proteicos de resíduos de Tilápia em dietas para L. vannamei, na fase de berçário, influenciou a atividade enzimática digestiva desses animais durante os 45 dias de cultivo. Os resultados também sugerem, uma maior inclusão do hidrolisado com 2 horas de hidrolise, uma vez que os camarões alimentados com as substituições de 80 e 120 g.kg-1, apresentaram maiores valores de atividade enzimática digestiva.