Introdução e Objetivos:Evidencia-se que além de ser universal a dificuldade dos pacientes em aderir ao tratamento, outros fatores interferem, como o profissional de saúde, o tratamento, a patologia e o paciente. A não adesão é hoje reconhecida como um fator determinante para o aumento da morbidade e mortalidade, redução da qualidade de vida, aumento dos custos médicos e excesso da utilização dos serviços de saúde. Em Transplantados, este estudo teve como objetivos a de mensurar a adesão medicamentosa nos pacientes pós-transplante cardíaco medianteo uso da Escala Basel Para Avaliação de Aderência a Medicamentos Imunossupressores (BAASIS)®, identificar as comorbidades prevalentes e a sobrevida. Metodologia:O método estudado foi de coorte histórica de abordagem quantitativa, realizado no ambulatório de transplante cardíaco do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). A população foi composta pelos pacientes submetidos a transplante no período de 2009 a 2016, totalizando 60 casos. A coleta de dados foi realizada, seja por meio de análise do instrumento BAASIS ou, pela escala analógica visual (VAS). Resultados:A mensuração da adesão utilizando as variáveis da pesquisa nos mostrou que com a aplicação do instrumento BAASIS, 53,3% dos pacientes aderiram à medicação, o grupo de não adesão foi de 25% que relatou atraso de até 2 horas do prescrito, porém, sem interrupção dos remédios. Embora os valores de adesão do VAS foram maiores ao do instrumento BAASIS (93,3% vs 83,3%), ambos valores não foram significativamente diferentes entre eles (p=0,950). As comorbidades estudadas foram hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemias (DLP) e insuficiência renal crônica. Observou-se que HAS e DLP permaneceram com resultados similares; 38,3% e 30% no pré-transplante e 48,3% e 30% no período pós-transplante. A sobrevida dos pacientes obteve como média 7 anos (85,1meses) pós-transplante, independente do grupo com adesão e sem adesão.Considerações finais: Diante da complexidade do tratamento ao transplante cardíaco, com possíveis eventos adversos e comorbidades, podemos de fato considerar a extrema importância à adesão medicamentosa no pós-transplante e mensurá-las para que todo trabalho empenhado pelos profissionais envolvidos, familiares destes receptores e principalmente do próprio paciente, em questão, não seja em vão. Nisto consiste o trabalho de vários profissionais e estudos sobre adesão para que mostremos sua importância e relevância no resultado final que é a sobrevida destes pacientes com qualidade e sem complicações ou as controláveis com tratamento.