Objetivou-se descrever e analisar, por meio de informações de pedigree, a estrutura populacional dos ovinos da raça Somalis Brasileira. Dados de pedigree de 8.610 indivíduos nascidos no período de 1972 a 2015 foram analisados quanto a integralidade, intervalo médio de geração, probabilidade de origem do gene, coeficiente médio de relação, coeficiente de endogamia e índice de conservação genética utilizando o programa ENDOG 4.8. Para determinação da ocorrência ou não do efeito gargalo foi utilizada correlação de Spearman (PROC CORR do SAS, versão 9.1). Do total de indivíduos estudados, 69,12%, 55,87%, 47,74%, 41,60% e 32,52% possuíam pedigree na primeira, segunda, terceira, quarta e quinta ascendência, respectivamente. O número médio de gerações equivalentes, completas e máximas para os 44 anos estudados foi de 2,83, 2,05 e 3,84, respectivamente. A média do intervalo de gerações foi 3,46±1,82. O número de fundadores e ancestrais foram 780 e 785, respectivamente, enquanto que o número efetivo de fundadores e o número efetivo de ancestrais foram 26 e 23, respectivamente. Os oito principais ancestrais explicaram 50,66% da variabilidade genética total. O coeficiente médio de relação foi 3,94 e o coeficiente médio de endogamia 8,55. Os valores de Fis, Fit e Fst (F de Wright) foram -0,028657, 0,067157 e 0,093144, respectivamente. O índice de conservação genética variou de 1,00 a 17,43, com valor médio de 3,98, sendo que três indivíduos apresentaram valor acima de 17. Em conclusão, os indivíduos da raça Somalis Brasileira apresentam coeficientes de endogamia consideravelmente altos especialmente nas últimas duas décadas cujos valores têm se mantido acima do nível recomendável. Por outro lado, existem indivíduos portadores de alelos da maioria dos fundadores efetivos que podem ser utilizados para manutenção da diversidade genética da raça.