Os fitoterápicos possuem diferentes compostos naturais procedentes do metabolismo primário
e secundário do vegetal, que são responsáveis pelas propriedades terapêuticas, como taninos,
saponinas, flavonoides, cumarinas, triterpenos, esteroides, alcaloides, entre outros. Muitas
espécies com potencial tóxico têm recebido atenção da comunidade científica para verificação
das propriedades farmacológicas e/ou terapêuticas, e investigação de possíveis atividades
toxicológicas. Objetivou-se realizar triagem fitoquímica dos extratos aquosos de
Stryphnodendron adstringens, Dimorphandra mollis, Enterolobium contortisiliquum, Luffa
operculata e Annona crassiflora para verificação da presença de princípios ativos com ação
tóxica e abortiva e, realizar ensaio toxicológico para investigar a toxicidade do extrato
hidroalcoólico da casca do caule de Stryphnodendron adstringens por meio da determinação
da dose letal 50% (DL50) e 90% (DL90). Os extratos aquosos foram submetidos a
caracterização fitoquímica para identificar fenóis, taninos, flavonoides, saponinas, esteroides,
triterpenos, cumarinas e alcaloides. Para investigar a toxicidade da planta foram realizadas
análises toxicológicas do extrato metanólico da casca do caule de Stryphnodendron
adstringens administrado por via intraperitoneal. Utilizou-se o modelo de regressão
considerando a morte como variável binária com resposta em função da concentração do
extrato e do sexo dos animais. A análise foi realizada por meio do procedimento proc probit do
software SAS 9.4. Para a investigação da DL50 e DL90, os extratos foram ressuspendidos em
água para injetáveis e submetidos a diluições seriadas decimais, utilizando o fator de diluição
1:10, obtendo extratos com concentrações de 1000; 100; 10; 1; 0,1; 0,01; 0,001 e 0,0001
mg/mL. Posteriormente, foram inoculados por via intraperitoneal. Utilizaram-se oito grupos de
camundongos Swiss de ambos os sexos, sendo cinco animais por grupo, para cada extrato
vegetal, totalizando 90 animais por sexo. Após inoculação, os animais foram observados por
sete dias, para verificar alterações comportamentais, quantidade de animais mortos, doentes e
sobreviventes. Os resultados da análise fitoquímica foram considerados positivos por formação
de precipitados e surgimento de coloração e espuma e, negativos por ausência dessas
reações. Foi possível identificar nas espécies analisadas a presença de metabólitos
secundários, como taninos, flavonoides, cumarinas, triterpenos, esteroides, saponinas e
alcaloides. Para o estudo toxicológico do extrato metanólico da casca do caule do
Stryphnodendron adstringens em camundongos de ambos os sexos, por via intraperitoneal,
obteve-se DL50 igual a 95,1mg/mL e DL90 564,76 mg/mL, o que caracterizou a planta como
tóxica para esses animais.