Objetivou-se avaliar a agroestologia do gergelim em comparação a espécies usuais para produção de silagem. Foram realizados três experimentos: no primeiro foram avaliadas as características de crescimento, morfológicas, produção e composição química das forrageiras utilizando o delineamento em blocos ao acaso com parcelas subdivididas no tempo, com quatro repetições. As parcelas foram compostas por quatro forrageiras e as subparcelas por dois períodos de avaliação (safra 2014 e safra 2016). As forrageiras utilizadas foram: milho, girassol, milheto e gergelim. No segundo experimento foram avaliadas as perdas, qualidade fermentativa e composição química das forragens e silagens na safra 2014 utilizando o delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos constaram de quatro silagens das forrageiras estudadas. As silagens foram feitas em silos experimentais de 3,0 Kg em que a abertura foi realizada após 28 dias. O terceiro experimento avaliou-se a degradabilidade in situ utilizando o delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos e três repetições. Os animais representavam os blocos e as silagens representavam os tratamentos. Foram utilizados três ovinos adultos da raça Santa Inês com peso corporal médio de 45,0 ± 4 kg portando fístula permanente no rúmen, e alojados em baias individuais. Para crescimento o gergelim variou entre as safras para todas as variáveis estudas. Não houve efeito de interação P<espécie×safra para colmo-caule (g Kg-1) (P=0,9346). Milho, gergelim e milheto produziram maiores quantidades de folhas (P<0,0001) na safra 2016: 326,3, 301,8 e 212,2 g Kg-1 respectivamente. A produção de massa verde (P=0,0320) e massa seca (P=0,0002) de forragem do milho variaram entre as safras 2014 e 2016 apresentando valores de 58,04 t ha-1, 27,31 t ha-1, 25,53 t ha-1, 7,98 t ha-1 respectivamente. Na composição química das forrageiras, o gergelim apresentou 251,70 g Kg-1 de MS (P<0,0001). Os teores de CNF (P=0,0167) foram semelhantes no milho e gergelim com valores de 159,20 e 153,50 respectivamente. As silagens de milheto (3,00 g Kg-1) e gergelim (3,10 g Kg-1) obtiveram menores perdas por gases (P=0,0256). A silagem de milheto apresentou maior perda por efluentes (P<0,0001). Com relação a pH (P=0,0002) as silagens de milho, gergelim e milheto foram semelhantes com quantidades de 42,10 g Kg-1, 40,70 g Kg-1 e 41,00 g Kg-1. A silagem de gergelim apresentou teores de FDN (P<0,0001) de 627,40 g Kg-1. Os teores de PB (P<0,0001) e EE (P<0,0001) das silagens de girassol (152,60 e 160,40 g Kg-1) e gergelim (101,30 e 130,30 g Kg-1) são maiores que a silagens de milho e milheto. A fração solúvel (A) (P<0,0001) da MS na silagem de milho (258,20 g Kg-1) apresentou maior teor seguido das silagens de girassol (218,40 g Kg-1) e gergelim (214,70 g Kg-1). As silagens não diferiram entre si para fração solúvel (P=0,2083) da PB e fração A (P=0,0622) na FDN. O gergelim e o milheto apresentam melhores características de crescimento e de produção para o período com maior irregularidade de precipitação pluvial. A silagem de gergelim apresenta perdas e parâmetros fermentativos semelhantes aos encontrados na silagem de milho e girassol, o que caracteriza uma excelente alternativa para ensilagem. A silagem de gergelim apresenta conteúdo moderado de MS, excelente conteúdo de PB e NDT, baixo teor de lignina. A silagem de gergelim apresenta grande taxa de degradabilidade de MS e foi semelhante ao milho e ao milheto que apresentam grande potencial nutritivo para a dieta dos ruminantes.