O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a composição química e o fracionamento de carboidratos da dieta de ovinos; assim como o comportamento ingestivo, o desempenho produtivo, as características da carcaça destes ovinos e a análise bioeconômica em sistemas de terminação de ovinos em pastos de capim-aruana sob níveis crescentes de suplementação concentrada. Foram comparadas quatro doses de suplemento concentrado 0,0; 0,6; 1,2 e 1,8% do peso corporal dos animais. Foram utilizados 43 ovinos da raça Morada Nova com idade média de sete meses, peso médio inicial de 15,28 ± 1,24 kg, machos, não castrados, sendo 24 animais de prova e 19 animais de equilíbrio utilizados quando necessário para garantir o rebaixamento da vegetação para um índice de área foliar residual de 1,0. O delineamento utilizado para o ensaio de composição química e fracionamento de carboidratos foi o inteiramente casualizado em um arranjo fatorial de 4 x 2 (quatro níveis de suplementação e dois dias de pastejo) com cinco repetições, já para os outros ensaios o delineamento foi o inteiramente casualizado com quatro níveis de suplementação e cinco repetições, para o ensaio de comportamento e seis repetições para os ensaios de desempenho produtivo e características da carcaça. O teor de proteína bruta foi afetado (p<0,05) tanto pelos níveis de suplementação como pelo dia de pastejo. A maior diferença entre os níveis de suplementação foi observada ao se comparar o teor de proteína bruta das amostras do pasto no nível de 1,8% do PC (17,54%) e os pastos no nível de 0,0 e 0,6% do PC (15,15 e 15,50% respectivamente). A forragem colhida no primeiro dia de pastejo apresentou teor médio de FDN de 65,91%, menor que o teor médio da FDN daquela colhida no terceiro dia de pastejo, que foi de 70,22%. Os níveis de suplementação de 0,0 e de 0,6% do PC obtiveram valores de carboidratos totais superiores (70,98 e 71,11%) ao nível de suplementação 1,8% do PC (68,35%). Os ovinos que foram suplementados com 1,8% do PC foram os que obtiveram os melhores ganhos de peso e rendimento de carcaça. Analisando o lucro da atividade (R$/mês) dos animais que receberam suplementação concentrada em sua dieta, notou-se que ocorreram decréscimos no lucro à medida que se elevava o nível de suplementação na dieta. Quando foi comparada a margem bruta, a margem liquida e o lucro da venda dos cortes comerciais em relação à venda da carcaça, não 14 foram verificados grandes diferenças entre valores. O incremento da suplementação concentrada na dieta dos ovinos acarreta em um aumento na ingestão de proteína bruta e redução na ingestão do carboidrato total caracterizando uma seletividade na hora do pastejo, devido a isso, recomenda-se 1,2% de suplementação em relação ao peso corporal. Assim como, possibilita a obtenção de um comportamento com menores tempos de pastejo, um desempenho produtivo com maiores ganhos de pesos e taxas de lotação, como, carcaças com pesos mais elevados e com melhores rendimentos. Projeções econômicas indicam que quando o produtor comercializa os animais vivos o sistema de terminação exclusivamente a pasto (0,0% de suplemento) é o único viável com o preço de venda atualmente praticado no mercado, mas quando o produtor abate e comercializa as carcaças agregando assim valor ao produto, os sistemas de terminação de 0,0 e 0,6% de suplementação apresentam os melhores índices econômico-financeiros, proporcionando maior lucratividade, podendo inclusive ser adotado um preço de venda abaixo do preço de mercado, principalmente no sistema de terminação sem suplementação.