O objetivo da pesquisa foi avaliar o uso do soro de leite bovino em substituição ao
milho moído da dieta, sobre o desempenho dos animais, as características da carcaça,
e da carne dos cordeiros em terminação e também a análise econômica de seu uso.
Foram utilizados 18 cordeiros machos castrados, mestiços da raça Santa Inês. Os
cordeiros, com aproximadamente 60 dias de idade e peso médio de 21,3 ± 5,2 kg. O
delineamento foi o inteiramente casualizado com 3 tratamentos e 6 repetições. Os
tratamentos foram: dieta controle (GC); dieta com inclusão de soro de leite em pó (GP)
em 5% na matéria seca (MS); dieta com inclusão de soro de leite líquido (GL) em 5%
na MS. As dietas continham 30% volumoso (silagem de capim elefante) e 70%
concentrado na MS. Foram coletadas amostras de sangue de cada animal, antes do
abate para analisar o perfil sanguíneo. Previamente ao abate foram realizadas as
medidas de de área de olho de lombo, gordura de cobertura, gordura subcutânea e
marmoreio via ultrassom in vivo em tempo real. O período experimental foi em média
70 dias, e o abate foi realizado quando os animais atingiram em média 27,1 kg de
peso corporal. O consumo de matéria seca (em % do peso corporal) diferiu entre os
tratamentos, sendo os tratamentos controle (3.22%) e com soro em pó (3,08%)
superiores ao tratamentos com soro liquido (2,46%). O ganho de peso e o perfil
sanguíneo dos animais não se mostraram diferentes entre os grupos. As médias para
área de olho de lombo, gordura subcutânea e marmoreio de 9,88 cm², 2,97 mm,1,39
respectivamente. Os rendimentos de carcaça biológico, quente, fria, e o índice de
quebra não foram diferentes entre si, sendo as médias de 57,43, 51,06 e 49,53 e
2,99% respectivamente. As carcaças foram semelhantes quanto a conformação, com
classificação entre boa e muito boa (média 3,07) ; e classificação média para o
acabamento em gordura com 3,42. As perdas por descongelamento e cocção e
capacidade de retenção de água, não diferiram entre os grupos, apresentando valores
médios de 33,68 e 35,54%, 81,7% respectivamente. O pH médio das carnes foi de
5,89 e as variáveis da cor também não se diferenciaram entre os grupos. Quanto à
análise centesimal da carne, os teores médios de umidade, proteína bruta e matéria
mineral foram 68,11; 24,15 e 1,31%, respectivamente. Houve diferença entre os
tratamentos para o extrato etéreo da carne, sendo que o grupo com soro de leite
líquido, apresentou o menor teor de extrato etéreo (5,19%), e o grupo controle o maior
teor (7,90%). Concluise que é viável o uso do soro de leite em dietas de terminação
de cordeiros. A dieta com soro de leite liquido produz carnes com menor teor de
lipídeos totais.