O cateto (Pecari tajacu), animal de pequeno porte, onívoro e de hábitos diurnos, vive em grupos de até 20 animais em diversas áreas do Brasil, inclusive no nordeste brasileiro. É de fácil adaptação à criação em cativeiro e se destaca em relação ao gado como fonte alternativa de proteína na alimentação humana, além de outras aplicações comerciais, com menor dano ao meio ambiente, pois necessita de uma menor área para sua criação. Por tratar-se de um animal ainda pouco estudado, este trabalho objetivou realizar a craniometria e a morfometria de seu encéfalo, bem como descrever a morfologia encefálica e sua vascularização arterial, em vista ventral. Foram utilizados 14 animais que vieram a óbito por causas naturais. Estes tiveram ambas suas artérias carótidas canuladas e, em seguida, realizou-se a fixação em formaldeído a 10%. Deste total, dez animais foram injetados com solução de látex, devidamente corado, para evidenciação dos vasos sanguíneos. A pele foi rebatida, bem como a musculatura. Foram realizadas as medidas craniométricas. Posteriormente, os encéfalos foram retirados dos crânios para a sua medição, dissecação e descrição. Fotografias foram realizadas para demonstração das estruturas, bem como, após a coleta, montou-se o banco de dados. Na análise estatística dos dados métricos, foi realizado o Teste t de Student não-pareado e o estudo de correlação de Pearson. Dessa forma, observou-se que existe diferença significativa entre o comprimento total da cabeça dos catetos macho e fêmea, bem como no comprimento da face, largura do crânio, largura da face e comprimento do hemisfério cerebral direito, sempre com maiores valores para o macho. Nas fêmeas, o hemisfério cerebral esquerdo apresenta-se mais largo que o direito. Ficou evidenciada uma correlação positiva entre a variável comprimento total da cabeça e a largura do hemisfério cerebral direito, tanto nos machos como nas fêmeas. A relação peso do encéfalo/peso do corpo dos catetos foi, em média, de 0,42%. É um animal girencéfalo, com neocórtex desenvolvido, embora sem evidência de simetria dos sulcos e giros entre os hemisférios cerebrais direito e esquerdo, ou entre os diferentes espécimes. A vascularização arterial da base do encéfalo apresenta-se na forma de circuito fechado, sendo dependente da artéria carótida do encéfalo, de ambos os antímeros, e da artéria basilar, em todos os espécimes analisados. As artérias cerebrais médias variaram de um a três vasos, tendo origem a partir do ramo rostral da carótida do encéfalo. A artéria basilar resulta da confluência das artérias vertebrais de ambos os antímeros com a artéria espinal ventral. Esta espécie tende a enquadrar-se no tipo II, da classificação de De Vriese.