A longa espera pelo atendimento no Serviço de Emergência associada à queixa de dor aumenta a insatisfação e sofrimento do paciente, neste contexto, o gerenciamento da dor e as melhores práticas do cuidado de enfermagem são pontos relevantes para garantir a qualidade do atendimento e o controle da dor. Objetivo: Avaliar a implementação da Diretriz de Antitérmico e Analgésico na Triagem (DAAT), em pacientes classificados como urgência relativa, num Pronto Atendimento (PA), pelos indicadores de tempo de permanência no serviço, redução da dor e índice de satisfação dos usuários. Métodos: Trata-se de um Estudo Coorte Prospectivo comparativo de pacientes que aceitaram e os que não aceitaram a DAAT, em um PA na cidade de São Paulo. Foram acompanhados os com 18 anos ou mais, classificados como urgência relativa e que apresentaram dor durante a triagem. Na caracterização, verificou-se diferentes tempos de atendimentos, escores de dor em diferentes momentos e grau de satisfação, comparando com a variável explicativa de aceite ou não aceite da diretriz. Resultados: A amostra constitui-se de 185 pacientes: 55 aceitaram a diretriz, mas 130 não. Quanto à caracterização, sexo feminino, idade entre 31 e 40 anos, escolaridade nível superior, sem atendimento anterior há menos de um ano, especialidade clínica médica foram as variáveis mais presentes e sem significância. Pacientes não terem tomado analgésico antes de chegarem ao PA para atendimento foi significante (p=0,004). O tempo médio de triagem, atendimento médico, observação e permanência no serviço não obteve significância entre os grupos, somente o tempo de espera para atendimento médico foi estatisticamente relevante: quem aceitou a DAAT esperou mais do que quem não a aceitou (p=0,03). Quanto a dor houve significância estatística para o grupo que aceitou a diretriz do que não aceitou em: escore de dor na triagem (p=0,0001); redução da dor comparado a admissão para os que foram para observação e não tomaram analgésico (p=0,01); os que necessitaram analgesia na observação tomaram menos analgésico (uma única dose e tipo) (p=0,01); e redução da dor na alta comparado a admissão (p=0,02). O manejo da dor foi satisfatório para ambos os grupos comparativos, contudo há oportunidade de melhoria. O principal motivo do não aceite da diretriz foi a preferência por atendimento médico, o que demonstra desconhecimento da população sobre a potência de um protocolo. O principal motivo para quem aceitou o medicamento foi a melhora da dor. Conclusões: Não foi encontrada diferença estatística no tempo de permanência no serviço e na satisfação dos pacientes, mas a dor foi reduzida em quem aceitou a DAAT. É pertinente o enfermeiro identificar e tomar ações para o manejo desse sintoma durante a Triagem, bem como direcionar a continuidade terapêutica, através de constante avaliação da melhora, subsidiado por diretrizes consolidadas pela equipe multiprofissional. Diretrizes estudadas e implantadas, na realidade dos diferentes serviços no Brasil e ampliadas com envolvimento de políticas de órgãos públicos e conselhos profissionais, trariam maior satisfação ao usuário, independente do principal motivo que o levou a procurar atendimento.