Avaliar o impacto do processo de ensino aprendizagem durante o período pré-operatório na retenção de conhecimento após um mês de transplante hepático, comparar o conhecimento dos pacientes com e sem encefalopatia após um mês de transplante hepático quanto às informações recebidas no período pré-operatório, identificar as complicações até o terceiro mês após o transplante hepático entre o grupo de pacientes com e sem encefalopatia e avaliar o grau de satisfação do paciente, quanto às orientações fornecidas no período pré-operatório do transplante hepático. Métodos: Estudo de Coorte prospectivo, realizado em um centro transplantador em Fortaleza/CE, na primeira fase com 55 pacientes e na segunda fase com 36 pacientes. Na primeira fase o paciente foi selecionado e respondeu ao questionário quanto ao transplante (pré-teste). Logo após, recebeu as informações baseadas no protocolo (intervenção) e depois respondeu ao mesmo questionário (pós-teste). Na segunda fase, os pacientes que participaram da primeira fase, após um mês do transplante responderam ao mesmo questionário. Resultados: A média de idade foi de 50,8 anos, homens (74,5%), com baixo nível de instrução, e diagnóstico médico de cirrose alcoólica (49,1%). Antes da intervenção educativa obteve-se uma mediana de acertos de 8 questões e após a mediana de acertos foi de 34 questões (p < 0,001). Após o transplante hepático, estratificamos os pacientes em grupos sem e com encefalopatia. Antes da intervenção os grupos sem e com encefalopatia acertaram 9 e 9,9 questões. Após a intervenção, a média de acertos foi de 33,4 no grupo sem encefalopatia e 32,8 no grupo com encefalopatia. Após 1 mês do transplante a média foi de 33,6 questões no grupo sem encefalopatia e 31,2 questões no grupo com encefalopatia. Não houve diferença estatisticamente significante entre as medidas de efeito entre os acertos antes da intervenção e logo após (p=0,548) e entre o após um mês e antes da intervenção (p=0,104) entre os grupos. As complicações ocorreram em 61,1% dos pacientes até o terceiro mês de pós-operatório. A infecção foi mais frequente nos pacientes com encefalopatia. Os pacientes se mostraram satisfeitos quanto as informações recebidas e o momento individual de orientação. Conclusões: O nível de acertos acima de 80% após um mês de transplante em 94,4% dos pacientes demonstra o impacto positivo da intervenção educativa individualizada no período pré-operatório com relação à retenção do conhecimento após o transplante hepático. Os pacientes com e sem encefalopatia apresentaram uma boa retenção de conhecimento após um mês de transplante, não havendo diferença entre os grupos, o que demonstra que a intervenção educativa individualizada é eficaz para o paciente encefalopata. A complicação mais frequente foi a infecção, sendo maior no grupo com encefalopatia. A satisfação do paciente acerca da intervenção educativa foi positiva relativa às informações recebidas e o momento individualizado da consulta de enfermagem.