A técnica de acesso transradial é a mais segura na realização de procedimentos percutâneos por cateter. Dispositivos mecânicos têm sido utilizados com o propósito de promover hemostasia eficaz e no menor tempo possível, visando à manutenção da patência da artéria radial sem complicações no sítio de punção. Todavia a compressão realizada com curativos customizados mantidos por diferentes tempos de permanência é amplamente utilizada nos países em desenvolvimento. Assim, questiona-se se o tempo de compressão da artéria radial pode ter impacto na ocorrência de hemostasia e de complicações vasculares. Objetivo: Comparar dois tempos de compressão da artéria radial pós-cinecoronariografia eletiva quanto à ocorrência de hemostasia e complicações vasculares. Método: Estudo clínico, prospectivo, randomizado e controlado realizado em pacientes submetidos à cinecoronariografia eletiva pelo acesso transradial, alocados em dois grupos de estudo: G30, cujo curativo compressivo foi mantido por 30 minutos, e G60, no qual o curativo compressivo foi mantido por 60 minutos, ambos até a primeira avaliação de hemostasia. Foram avaliadas variáveis relativas aos pacientes, procedimento, ocorrência de hemostasia e complicações. A patência da artéria radial foi avaliada com ultrassonografia vascular com doppler, imediatamente após a retirada da compressão e após 30 dias do procedimento. As variáveis contínuas foram expressas segundo média, mediana e desvio-padrão, utilizando-se teste t de Student, e as variáveis categóricas em valores absolutos e relativos, sendo comparadas com os testes do qui-quadrado de Pearson e exato de Fischer, com nível de significância p<0,05. Resultados: A amostra foi composta por 152 pacientes no G30 e 151 no G60, distribuídos homogeneamente nos dois grupos de estudo, tendo sio avaliados quanto às características demográficas, do procedimento, ocorrência de hemostasia e complicações vasculares. A hemostasia foi obtida em 76,3% dos pacientes do G30 e em 84,2% do G60 na primeira avaliação. A ocorrência de hematoma do tipo I e II foi identificada em 14,5% dos pacientes do G30 e em 20,5% do G60, enquanto a oclusão imediata da artéria radial em 13,2% dos pacientes do G30 e em 11,9% do G60. Na avaliação de 30 dias, foram identificadas 18 oclusões tardias, sendo 7 (5,5%) no G30 e 11 (8,2%) no G60. Conclusão: Os diferentes tempos de compressão da artéria radial após cinecoronariografia não influenciaram significativamente a ocorrência de hemostasia e complicações vasculares imediatas e tardias.