O objetivo deste estudo foi avaliar aspectos clínicos e microestruturais
relacionados à expansão rápida da maxila assistida por mini-implantes (MARPE),
realizando-se estudo clínico prospectivo, estudo experimental ex-vivo e relato de
caso clínico. No estudo clínico prospectivo, foram avaliados efeitos clínicos
imediatos da MARPE nas estruturas craniofaciais circum-maxilares em relação à
expansão rápida da maxila (ERM) convencional e aos estágios de maturação
esquelética dos indivíduos tratados. O estudo experimental ex-vivo investigou a
viabilidade biológica de aplicação clínica da MARPE em adultos, pela análise
microestrutural da sutura palatina mediana e do complexo articular pterigomaxilar
em indivíduos a partir da 8ª década de vida. No relato de caso clínico, ilustrou-se a
abordagem com a MARPE no tratamento ortodôntico não-cirúrgico e sem extrações
de uma paciente adulta. A casuística do estudo clínico foi composta por 26
indivíduos, com idades entre 6 e 22 anos, alocados em dois grupos, conforme o
tipo de ERM: convencional (RPE, n=11) ou assistida por mini-implantes (MARPE,
x
n=15); e em subgrupos de acordo com o grau de maturidade esquelética:
tratamento precoce (GTP) e tratamento tardio (GTT). As estruturas craniofaciais
circum-maxilares foram avaliadas em tomografias computadorizadas de feixe
cônico solicitadas antes (T0) e imediatamente após ERM (T1). A RPE produziu
respostas amplas e significativas no GTP, enquanto efeitos esqueléticos
expressivos foram observados no GTT submetidos à MARPE, exibindo respostas
positivas aos níveis das suturas frontonasal, frontomaxilar, zigomaticomaxilar
inferior, temporozigomática (região zigomática) e palatina mediana; forame palatino
maior, processos pterigóides mediais e laterais do osso esfenoide e cavidade nasal
(P ≤ 0,05). A amostra do estudo experimental incluiu espécimes de necropsias
humana coletadas de 08 cadáveres, com idades entre 72 e 88 anos, destinados à
análise qualitativa e quantitativa (índices de interdigitação, obliteração e número
total de obliterações suturais) em microtomografia computadorizada. As suturas
palatina mediana, palatomaxilar e pterigopalatinas revelaram índices de
interdigitação de: 1,41 ± 0,27; 1,47 ± 0,41 e 1,44 ± 0,42; respectivamente (P > 0,05).
Os maiores índices de obliteração foram notados nas suturas palatomaxilar (0,41 ±
0,22) (P ≤ 0,05), pterigopalatina (0,29 ± 0,24) e palatina mediana posterior (0,26 ±
0,12) (P > 0,05). Com essa tese foi possível concluir que: 1) os efeitos clínicos
imediatos da ERM variaram em decorrência do tipo de ancoragem para ERM e da
maturidade esquelética dos indivíduos tratados; 2) a MARPE produziu respostas
esqueléticas expressivas nos indivíduos em estágio de maturação esquelética
avançada; 3) o estado de latência observado nas suturas palatina mediana,
palatomaxilar e pterigopalatina confirma a viabilidade biológica de aplicação clínica
da MARPE.