O objetivo do estudo foi avaliar o comportamento da carga interna de treinamento (CIT), creatina
quinase (CK), variabilidade da frequência cardíaca (VFC), cortisol e dos estados de humor, e as
correlações entre essas variáveis, ao longo de uma temporada de treinamento de atletas profissionais
de futebol feminino. Métodos: Foram avaliadas 23 atletas, de uma equipe profissional de futebol
feminino, em cinco momentos durante a temporada: basal (M1), pré-temporada (M2), pré-
competitivo (M3), competitivo 1 (M4) e 2 (M5). Os instrumentos utilizados foram: estado de humor
(Escala de Humor de Brunel - BRAMS), cortisol salivar diurno (CD) e noturno (CN), CK, VFC e a
percepção de esforço da sessão. Resultados: As CIT foram maiores em M2 e M5. Quando
comparado com o valor basal (M1), os períodos M2 e M3 apresentaram aumentos significativos de
CK (p = 0,01), CD (p = 0,01), Tensão e Fadiga (p ≤ 0,05) e do índice SDRR (p = 0,01 – M3). Nos
períodos M4 e M5 foram observadas diminuições significativas de CK (p = 0,01), CD (p = 0,02 –
M4), Tensão (p = 0,05 - M5) e Vigor (p = 0,01 - M5), e o CN apresentou aumento significativo (p =
0,01). Os índices lnRMSSD e LF/HF, e as escalas Raiva, Depressão e Confusão Mental mostraram
não variar nas semanas analisadas. Além disso, as escalas Tensão e Vigor obtiveram correlações
moderadas e positivas com o cortisol (r ≥ 0,48) e o índice SDRR (r ≥ 0,43), respectivamente, e a
fadiga não apresentou correlação com nenhum marcador de estresse (p ≥ 0,05). Conclusão: As
atletas apresentaram alterações significativas nos marcadores de estresse, ao longo da temporada.
As escalas Tensão e Vigor do questionário BRAMS mostrou associação com o cortisol e o índice
SDRR da VFC, respectivamente. O monitoramente da CT e dos marcadores de estresseé
recomendado em jogadoras de futebol feminino, para evitar o acúmulo de estresse excessivo,
causado pela temporada de treinamento.