O objetivo deste trabalho foi comparar as respostas de pais e filhos à versão em português da Parent Mealtime Action Scale (PMAS) e avaliar as associações entre os comportamentos relatados. Para comparar as respostas foi realizado um estudo transversal com 72 pacientes do Ambulatório de Obesidade da Disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de 10 a 19 anos e 11 meses e seus pais ou responsáveis. Primeiramente, os pais foram entrevistados e instruídos a responder a frequência (nunca, às vezes ou sempre) com que realizam cada um dos comportamentos da escala PMAS. Em seguida, os adolescentes responderam às mesmas perguntas. O modelo linear geral (GLM) mostrou efeito dos respondentes e da interação entre respondentes e sexo. Por fim, também foi encontrado efeito da interação tripla (sexo x respondentes x idade categorizada). A consistência interna da escala PMAS foi maior em relação às respostas dos pais do que às dos filhos. Provavelmente, isso se deve ao fato de a escala ter sido desenvolvida e validada para avaliar o padrão de respostas dos pais sobre o comportamento alimentar dos filhos. Além disto, observamos que as estratégias dos pais já são conhecidas, mas a eficácia destas estratégias não é reconhecida pelos filhos. Com base na análise da correlação intra-classe entre os domínios originais da escala PMAS para pais e filhos, observam-se valores muito baixos (CCI: 0,130 – 0,578), mostrando que a estrutura fatorial da PMAS pode ser considerada apenas para avaliar o comportamento dos pais e não possui acurácia adequada para avaliar o comportamento dos filhos em relação ao seu próprio comportamento alimentar.