CONTIEIRI, N.B. Avaliação da atividade antimicrobiana de óleos essenciais frente a isolados de Staphylococcus spp. e Pasteurella spp. oriundos da cavidade bucal de gatos domésticos. 2017, 79 p. Dissertação de mestrado - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2017.
As afecções bucais em gatos domésticos são causas frequentes de atendimento clínico. São enfermidades multifatoriais, cuja etiopatogenia ainda não foi elucidada. Contudo, acredita-se que o desequilíbrio da microbiota bucal e da resposta imune local resulte num processo inflamatório, que a longo prazo poderá interferir no comportamento do animal, ocasionar perda de dentes e levar até a morte. A microbiota bucal é composta por diferentes gêneros bacterianos, dentre estes destacam-se Staphylococcus spp. e a Pasteurella spp. O tratamento das afecções bucais é baseado no uso de antimicrobianos e anti-inflamatórios, porém há uma alta taxa de insucesso. Adicionalmente, como a escolha dos antimicrobianos na maioria das vezes é feita de maneira empírica e indiscriminada, existe a possibilidade de surgimento de bactérias multirresistentes. Desta maneira, nos últimos anos vários esforços foram realizados com intuito de superar o advento da resistência bacteriana e os produtos naturais possuem potencial para isto, dentre estes destacam-se os óleos essenciais de plantas. Visto isso, o presente estudo objetivou isolar e identificar cepas de Staphylococcus spp. e Pasteurella spp. de amostras da cavidade bucal de gatos domésticos sadios e com gengivite. Posteriormente, os isolados foram submetidos ao teste de sensibilidade antimicrobiana frente a seis óleos essenciais (OEs): Citrus bergamia (bergamota), Anthemis nobile (camomila romana), Cymbopogon citratus (capim-limão), Copaifera officinalis (Copaiba), Eugenia caryophyllus (cravo) e Melaleuca alternifólia (tea tree ou melaleuca). Os resultados mostraram que Staphylococcus spp. e Pasteurella spp. estão presentes tanto na cavidade bucal de gatos sadios, quanto em animais com gengivite. Os OEs com melhor efetividade antimicrobiana frente a maioria dos isolados foram capim limão, cravo, melaleuca e camomila romana. Os achados obtidos no presente estudo foram similares a outras investigações anteriores. Já os OEs de copaíba e bergamota não apresentaram nenhuma ação antimicrobiana. As discrepâncias observadas podem ser explicadas, principalmente, pelas diferenças de composição química, de concentração dos compostos químicos, pelo sinergismo entre eles, pela origem fitogeográfica e condições de cultivo da planta utilizada para obtenção dos OEs.