O estudo tem como objeto o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável para Área de
Influência da Rodovia Cuiabá-Santarém, conhecido como Plano BR-163 Sustentável, lançado
em 2006. Objetiva-se, mostrar os caminhos e descaminhos do desenvolvimento na região
amazônica através da análise das condições e dos processos desencadeadores, ocorridos no
trecho paraense da rodovia Cuiabá-Santarém, em função da decisão de finalizar a pavimentação
desta Rodovia, gerando, mobilizações dos setores econômicos e sociais da região, ação do
Estado e a formulação do Plano BR-163 Sustentável como proposta direcionadora de uma ação
política alternativa, pautada no desenvolvimento regional sustentável que, acabou não se
tornando tão efetiva como instrumento norteador de ações para além do asfaltamento. Para
tanto, a partir dos processos referentes à empreitada de abrir e concluir a rodovia Cuiabá-
Santarém, tendo como antecedentes os períodos da “era Vargas” até o governo Lula, buscar-seá
desenvolver uma trajetória histórica dos fatos que levaram o governo federal e a Sociedade
Civil local da área paraense desta Rodovia, elaborarem o Plano BR-163 Sustentável. Em termos
de procedimentos metodológicos a pesquisa é um estudo descritivo, bibliográfico e de campo.
A abordagem usada foi a qualitativa descritiva tendo como primeiro passo o levantamento
bibliográfico e documental. Em seguida, definiu-se a área onde buscou-se subsídios, para
complementar e, ao mesmo tempo, referendar as descrições sobre o desenvolvimento da região
e do Plano BR-163 Sustentável, por meio de 38 (trinta e oito) entrevistas na área por onde a
rodovia Cuiabá-Santarém corta a região paraense – 07 (sete) municípios e 01 (um) distrito –,
de Santarém a Castelo dos Sonhos. Após a finalização do estudo, a conclusão é que o Plano
BR-163 Sustentável ficou no meio do caminho e, portanto, o que poderia ser uma nova
concepção de desenvolvimento, pautada em ações pactuadas entre Estado e Sociedade Civil
“para a” Amazônia não se concretizaram. Mais uma vez, a história contada é de uma ação do
governo que não atingiu seus objetivos, realizou apenas o que era interessante para o governo
federal, sendo paulatinamente substituída por ações cujos interesses econômicos são os que
prevalecem, fortalecendo a retórica de que as ações políticas “na” região amazônica foram e
continuam sendo de “cima para baixo”.