A estenose do canal vertebral lombar foi descrita pela primeira vez por Antoine Portal em 1803. Porém, a primeira associação entre as alterações do diâmetro do canal vertebral e sua relação com o quadro clínico e a claudicação neurogênica foi feita por Verbiest. Neste estudo, avaliamos 63 pacientes com estenose de canal lombar, sendo eles de ambos os gêneros e idade entre 50 e 75 anos. Do total, 31 foram submetidos à cirurgia mais fisioterapia e 32 a fisioterapia isolada. Todos passaram por cinco análises, feitas por um avaliador cego, e realizaram um programa de exercícios duas vezes semanais pelo período de três meses. Como instrumento de avaliação, utilizamos o teste de caminhada de seis minutos; os questionários Roland-Morris, SF-36 e Oswestry; além de uma escala Likert. A média de idade dos pacientes operados foi de 60,7 anos e dos não operados, de 60,2 anos. Na divisão por gêneros, 8 homens e 23 mulheres foram submetidos a cirurgia e 8 homens e 24 mulheres pertenceram ao grupo controle. A hipertensão arterial sistêmica foi a doença crônico-degenerativa de maior incidência nos pacientes do estudo. Observamos que, exceto pelo questionário Oswestry, que avalia a capacidade funcional, e pela escala Likert, que apresentaram resultados estatisticamente significativos, não encontramos diferenças significativas entre os
grupos. A capacidade de marcha não mudou após a cirurgia. A qualidade de vida dos pacientes, quando analisada pelo SF-36, não mostrou diferença estatisticamente significativa, mas, após um ano de seguimento, os pacientes
operados estavam mais satisfeitos que os demais. A fisioterapia isolada não mostrou melhora da condição dos pacientes. Concluímos que a cirurgia mais fisioterapia ou fisioterapia isolada não modifica de maneira estatisticamente significante a qualidade de vida dos pacientes, além de nenhuma das terapêuticas avaliadas melhorarem efetivamente a distância que o paciente consegue deambular. Os operados têm uma percepção de melhora estatisticamente significante em relação ao grupo controle e apresentam uma melhora da capacidade funcional global após a cirurgia. Em nosso estudo, a cirurgia se mostrou segura, não tendo observado nenhuma complicação,
ou necessidade de reabordagem cirúrgica no grupo intervenção.