A diarreia, considerada uma síndrome multifatorial, é uma das principais causas de morte em bezerros. Tem como maiores agentes causadores a bactéria Gram negativa Escherichia coli, os parasitas Giárdia intestinalis e Eimeria spp., importantes enteropatógenos que causam perdas econômicas em diferentes setores do agronegócio dentre eles na bovinocultura.
Comumente cepas de Escherichia coli são divididas em patotipos baseados na presença de genes que, se expressos, contribuem para a codificação de proteínas que auxiliam na aderência e patogenicidade da bactéria. E.coli enterotoxigênica (ETEC), E.coli enteropatogênica (EPEC), E.coli enterohemorrágica (EHEC), E.coli produtora de toxina shiga (STEC) e E.coli necrotoxigênica (NTEC) são os principais patotipos que causam diarreia em bezerros.
Além desses, outros patotipos estão associados à diarreia nos humanos principalmente em crianças e em pessoas imunodeprimidas como E.coli enteroinvasiva (EIEC), E.coli difusamente aderente (DAEC) e E.coli enteroagregativa (EAEC). Essas cepas possuem genes que são reconhecidos como fatores de virulência, pois são codificadores de proteínas que garantem a aderência e toxigenicidade bacteriana, aderindo na mucosa e alterando o fluxo de sinalizações dos enterócitos. Foram coletadas 83 amostras de fezes de bezerros, de ambos os sexos, no Distrito Federal de novembro e março de 2015 e de 2016, época das águas. As amostras foram submetidas ao exame parasitológico (no Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias) cultivadas em ágar sangue (no Laboratório de Microbiologia Médica Veterinária) realizado testes bioquímicos, extração do DNA e pesquisa dos genes LT-I, stx1, K99 e eae responsáveis por conferir patogenicidade a cepas de E.coli. Foram visualizados, cistos de Giardia spp., ovos de Eimeria spp., ovos de estrongilídeos e ovos de estrongiloides em 18 (21,7%), 30 (36,1%), 28 (33,7%) em apenas 8 (9,6%) respectivamente. Quantos aos genes, foram amplificados em cepas isoladas de E.coli 16 (19,3%) para eae, 6 (7,2%) para o gene de shiga toxina (stx1) e 5 (6,0%) para ambos os genes eae e stx1.