O aumento da população idosa se tornou um desafio das políticas de saúde. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi investigar na população acima de 60 anos, moradores da região e usuários da UBS (Unidade Básica de Saúde) Rudge Ramos, o nível e a prática de atividade física e se houve aconselhamento por profissional de saúde, bem como o motivo desses idosos para a prática. Este é um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. Foram aplicados questionários em 190 indivíduos maiores de 60 anos, acompanhados pela Estratégia Saúde da Família, que recebiam visitas domiciliares e utilizavam consultas na UBS. Foram utilizados três questionários: 1 – Baseado na ficha de cadastro dos agentes comunitários de saúde, para caracterização da amostra; 2 – Questionário internacional de atividade física (IPAQ) – versão curta, para avaliação do nível de atividade física; e 3 – Identificação da prática que o usuário desenvolve e se recebeu de algum dos trabalhadores de saúde recomendação para a prática de atividade física. Para a análise estatística aplicou-se o teste de qui-quadrado e o teste exato de Fisher, com nível de significância de p≤ 0,05. Os resultados demonstraram que a amostra era composta, majoritariamente, de indivíduos do sexo feminino, na faixa etária de 60 a 80 anos, com ensino fundamental, renda de 1 a 2 salários mínimos, a maioria não trabalha fora de casa, possuem um ou mais problemas de saúde, tem percepção positiva de sua saúde. Foram classificados como ativos fisicamente (48,9%), destes, a atividade mais praticada foi a caminhada em parques e ruas. E (98,5%) afirmaram que praticam atividade física motivados pela melhoria da sua saúde. Do total, (60,5%) relataram que receberam aconselhamento para a prática de atividade física de algum trabalhador da saúde da UBS e o profissional que mais os aconselhou foi o profissional médico em (64,5%). O papel positivo do aconselhamento à prática de atividade física foi demonstrado, pois no grupo ativo (67,4%) foram aconselhados contra (53,6%) do grupo insuficientemente ativo e/ou sedentário, e essa diferença encontrada entre os grupos foi significante. Considera-se que, os resultados da presente pesquisa tenham demonstrado que o Nível de Atividade Física e o aconselhamento recebido pelos idosos foi superior aos descritos na literatura, mas está ainda aquém da expectativa, pois metade dos idosos que responderam ao questionário não atingiram as recomendações mínimas para que a prática de atividade física promova mudanças positivas na saúde. Cabe destacar, ainda, que os resultados desta pesquisa são delimitados a uma região específica, com pouca condição de generalização para demais UBSs mesmo dentro do mesmo município. Destacamos que o aconselhamento à atividade física pelos profissionais da equipe de saúde pode ter um papel positivo para a conscientização e melhoria da saúde da população idosa.