O objetivo com essa pesquisa foi de caracterizar fenotípica e geneticamente raças de caprinos naturalizados criadas em fazenda no município de Elesbão Veloso, Piauí, a fim de auxiliar na manutenção da máxima variabilidade possível dentro de suas populações e a disponibilização de recursos genéticos de caprinos visando à conservação. Na caracterização fenotípica foram utilizados ao todo 308 caprinos naturalizados das raças Canindé, Moxotó, Azul, Graúna, Repartida, Marota e das raças exóticas Anglo Nubiana, Boer e Alpina. Para a caracterização genética, 197 animais destes mesmos grupos. Na caracterização fenotípica utilizou-se medidas morfométricas, contagem de OPG, grau FAMACHA©, medidas carcaça, ECC e peso a idade adulta. Para caracterização genética foram coletados amostras de sangue para extração de DNA e uso na reação de PCR com um painel de sete marcadores microssatélites. Os caprinos Repartida apresentaram a maior média de AC (61,55 cm) e AG (62,16 cm), os caprinos Moxotó com o maior CO (13,45 cm). A raça Moxotó obteve as maiores médias de AOL, POL, ECC e peso. O menor peso médio foi dos caprinos Azul (24,35 kg). O menor valor máximo de OPG foi dos caprinos Repartida (200). O FAMACHA© obteve média de 2,77. O UPGMA foi o que melhor resumiu a informação dos dados morfométricos e de carcaça. A caracterização fenotípica a partir das medidas morfométricas foi eficiente na observação do grau de relacionamento entre os indivíduos. Foi possível identificar a raça Moxotó como o grupo de animais com os melhores resultados para características de carcaça que poderá ser indicada para futuros programas de melhoramento genético. No ambiente onde estão sendo criados, todos os caprinos crioulos apresentaram-se resistentes aos endoparasitas. Não foi evidenciado presença de alelos nulos para nenhum dos sete loci utilizados. Verificou-se que todos os sete loci não estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg. A população que apresentou o maior número de alelos por locus foi a Canindé (28,57). O numero médio de alelos por locus foi de 18 no INRA63, 21 no OARFCB304, 28 no MM12 e BM1329, 32 no ILSTS019, 40 no INRA23 e 41 no INRA006. A média geral para FIS, FIT e FST foram, respectivamente, -0,089, -0,0209 e 0,054. O número de migrantes (Nm) mostrou a presença de fluxo gênico entre as populações, com valores entre 3,45 e 8,02. A menor distancia genética de Nei foi de 0,509 entre as raças Alpina e Moxotó, e a maior foi de 1,049 entre Boer e Graúna. Foi escolhido o K sendo igual a 9, indicando uma tendência a existir nove grupos genéticos. A maioria dos animais criados na Fazenda Faveira apresentam sua estrutura genética preservada e poderão ser indicados para reprodução e uso em programas de conservação e melhoramento genético de caprinos naturalizados visando à manutenção da máxima variabilidade genética. Os indivíduos da raça Moxotó e os do grupo genético Marota foram os mais representativos.