Com a necessidade de minimizar o estresse pré-abate e abate de peixes, métodos de atordoamento têm sido utilizado pelas indústrias frigoríficas de pescado, dentre eles, a termonarcose é um método comumente utilizado, porém contestado do ponto de vista de bem-estar animal. O objetivo deste trabalho foi comparar o método de termonarcose (insensibilização com água e gelo) na proporção de 1:1 e o método de eletronarcose (insensibilização por descarga elétrica) visto que pode levar a rápida transição para inconsciência. Um total de 40 tambatingas (Colossoma macropomum x Piaractus brachypomus) com peso médio de 1,240 ± 0,19g foram submetidos a atordoamento por termonarcose (T1) e por eletronarcose (75V/3segundos) (T2). Foram realizadas as análises de respostas fisiológicas (glicemia, cloreto e proteína total), comportamento (movimento natatório, perda de equilíbrio, movimento opercular, reação a fuga, rolamento ocular e movimento reflexo) e a qualidade de carne (capacidade de retenção de água, pH e cor). Peixes atordoados por eletronarcose apresentaram valores de pH muscular maiores nas horas 1 e 3 post-mortem (6,61± 0,239b e 6,51 ± 0,134b) e demoraram mais tempo para entrar no rigor mortis. O T1 apresentou menores scores dos reflexos mensurados, sendo eles movimento natatório (0,35 ± 0,33a), perda de equilíbrio (0,1 ± 0,45a), movimento opercular (0,3 ± 0,47a), reação a fuga (0,2 ± 0,41a), rolamento ocular (1,00 ± 0,86ª) e movimento reflexo (0,15 ± 0,49a). Ambos os tratamentos não apresentaram diferenças significativas para capacidade de retenção de água para T1 (16,87 ± 2,66) e T2 (16,12 ± 2,89) apresentando valores altos. Os valores de L* para T1 (63,39± 1,36) e T2 (63,95 ± 1,12), e b* para T1 (8,36 ± 1,32) e para T2 (8,06 ± 0,60) não apresentam diferenças significativas, porém os valores de a* foram significantemente maiores em T2 (7,91 ±
0,96) do que em T1 (7,26 ± 1,06). Em relação aos parâmetros sanguíneos houve diferença significativa apenas na glicemia para T1 (121,70 ± 25,58a) e T2 (124,95 ± 33,67b) e proteínas para T1 (3,46 ± 1,553a) e T2 (3,57 ± 0,976b). Conclui-se que a termonarcose apresentou menores respostas ao estresse pré-abate, apresentando melhor qualidade em relação ao eletronarcose.