Ao delinear um percurso como Enfermeira Pediatra nos contextos de ensino e de aprendizagem, pesquisa e assistência, tendo em conta as tradições sociais, políticas e culturais da universidade, nos identificamos com a natureza e as premissas do ser docente, assumindo responsabilidade pela formação a partir da intervenção na realidade social por meio da extensão. Esta realização diz da construção pedagógica e ético-formativa, sobretudo, da possibilidade de fazer ciência pautada pela experiência do sujeito e do processo de humanização das ações e dos cuidados de enfermagem. Seguimos uma metodologia de natureza fenomenológico-hermenêutica, com o objetivo de compreender os sentidos das experiências vividas na Oficina de Massagem com Bebês, uma das ações do Programa de Extensão Massagem e Estimulação com Bebês (MEB), na perspectiva dos profissionais e estudantes da área da saúde. Para isso, revisitamos as descrições das experiências aí vivenciadas por doze profissionais e uma estudante – sujeitos da pesquisa, em resposta à seguinte pergunta: Como foi sua experiência na Oficina de Massagem com Bebês? O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, sob o parecer n°. 1.424.084. Ao apreender a massagem, produto da ação da Oficina, o sujeito carrega, no modo de realizar a massagem, o seu modo de habitar o mundo e cuidar da existência. Esse cuidado vem de uma escolha; apesar de sua facticidade, da dimensão histórica do ensino e do trabalho em saúde, da influência da cultura, das condições sociais, políticas e educacionais atuais, os sujeitos, assim como a professora, elegem de que modo e como cuidar de ser. O componente dessa escolha é que nos encaminha ao âmbito do sentido: o modo de cuidar do modo de cuidar de nossa práxis, que é encontrado na vivência da Oficina. Revela, ainda, como os modos de cuidar de ser podem variar e compõem o que chamamos de intersignificações, ou textura significativa, que ao trazer à luz os sentidos da vivência, nos permitem vê-las em suas variadas perspectivas. Assim, os sujeitos expõem como foram afetados pelo mundo da Oficina desvelando-a como: Apoio à formação profissional humanizada. Teoria - técnica - prática: diálogos; Contribuição à construção do vínculo mãe-filho e profissionais cuidadores. Tempo vivenciado nas experiências da Oficina do MEB: Desvelando sentidos. Vemos, então, o sentido de ser dos profissionais e da estudante, na experiência da Oficina revelar-se como o modo de cuidar dos modos de cuidar de seu aprendizado, de sua formação, enfim, de seu existir, expresso como um modo de empoderamento social para cuidar. Complexo e afetuoso, porém simples e difícil, esse cuidar solicita que compartilhemos saberes para seu enfrentamento. O estudo aponta perspectivas que nos auxiliam a produzir uma dialética fina de natureza prático – poiética entre os conhecimentos já postos e a novas compreensões e interpretações desveladas. Isto nos leva a transformações que se mostram estruturantes e essenciais às ações educativas do MEB como espaço de formação no contexto da extensão universitária, bem como meio de continuarmos investindo na produção de conhecimentos dirigidos às ações sensíveis e voltadas à formação de profissionais da primeira infância, a fim de alimentá-las e, desta forma, contribuir como partícipes na construção de uma educação para a Paz.