Objetivo: Investigar as percepções acerca do exame médico periódico (EMP) de servidores de uma Universidade Pública Federal. O estudo é descritivo e exploratório com resultados quantitativos e qualitativos. Métodos: O estudo ocorreu em três etapas. Na etapa 1, foram coletados os dados constantes no prontuário eletrônico da Divisão de Recursos Humanos. Como critério de inclusão
desta etapa, foram coletados tanto os dados (tempo de serviço público, gênero, idade) dos servidores
que fizeram ou não os EMP no período de 01/05/14 a 30/04/15. Não foram incluídos nesta coleta os servidores que, no período da pesquisa, foram admitidos ou que estavam em situação de afastamento do trabalho por mais de 15 e/ou por mais de 90 dias. Estes dados foram analisados
estatisticamente. Na etapa 2, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, com duração
de 60 minutos, baseados em um roteiro, com o qual os participantes foram estimulados a discorrer sobre o EMP e sua importância para a saúde. Houve duas listas de servidores nesta etapa: os que não realizaram o EMP (lista-1) e os servidores que realizaram o EMP (lista-2), sendo que a escolha dos sujeitos, três docentes e três Técnicos-administrativos em Educação - TAEs de cada lista, ocorreu através de sorteio aleatório. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise de conteúdo temática. Na etapa 3 foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com os profissionais que davam suporte à realização das avaliações médicas periódicas no campus.
Resultados: A etapa 1 resultou na seleção de 230 servidores, sendo composta por 59,60% de docentes e 40,40% de TAEs, com faixa etária entre 34 e 43 anos, predominantemente do gênero
feminino 67,80% e escolaridade stricto sensu 68,30%. Destes, 4 1 servidores concluíram o procedimento, que foi realizado pelos servidores da categoria funcional TAEs, de gênero masculino, os com lato sensu e que trabalhavam na instituição entre 1 e 3 anos. O resultado das análises da etapa 2 demostrou que os servidores da lista 1 não realizavam o EMP na instituição por não acharem que este serviço trazia de fato algum benefício para a sua saúde, que a instituição não se preocupava com a saúde dos servidores, entre outros motivos. Os servidores da lista 2, em sua maioria, também faziam exames fora da instituição através de seus convênios particulares; mas houve também servidores que utilizavam apenas este serviço como um acompanhamento de sua saúde. A etapa 3 demostrou que a equipe também não realizava o EMP e não se sentiam parte integrante em ações
de cuidado com a saúde dos servidores. Conclusão: A comunicação relacionada ao EMP precisa melhorar; os servidores esperam da instituição mais do que a simples realização do EMP e ações em relação à saúde; e há necessidade de aprimorar a integração da equipe do campus com os setores de saúde dos servidores da instituição.