A Geografia, compreendida como ciência social, responsável em estudar o espaço em suas múltiplas relações, é concebida como disciplina escolar, capaz de fornecer os subsídios necessários para formação de sujeitos conscientes do seu papel social na construção e reconstrução do espaço geográfico. Todavia, a formação conceitual é extremamente salutar para o desenvolvimento desse raciocínio espacial, próprio da geografia. Diante disso, este trabalho tem como objetivo principal analisar como o aparato conceitual da geografia acadêmica está sendo abordado enquanto conteúdo escolar na educação básica. Para tanto, daremos ênfase aos conceitos de lugar, território, paisagem e região que, juntamente com o conceito de espaço são considerados basilares e estruturadores da geografia escolar. Para isso, serão investigadas as bases e referências teóricas e metodológicas que os docentes possuem para atuarem no nível médio de ensino. O caminho metodológico desta pesquisa é constituído pela revisão bibliográfica, na qual, apoiamo-nos nas discussões de autores como Cavalcanti (1998, 2010), Kaercher (2007, 2014), Callai (2013), entre outros; a pesquisa documental que foi realizada a partir da leitura e interpretação de documentos oficiais, como: PCN, OCEM e PPP; e a pesquisa de campo, efetivada a partir da realização de entrevistas semiestruturadas e da observação da prática docente. Participaram da pesquisa três professores de geografia de duas escolas da rede pública estadual do município de Pau dos Ferros/RN. A investigação revelou a existência de fragilidades, tanto na concepção teórica, quanto na ação pedagógica dos professores, no que se refere à abordagem dos conceitos geográficos. Tal assunto ocupa um lugar secundarizado no ensino dessa disciplina, ele é pouco explorado e quando é, acontece sem a devida reflexão teórico-empírica, é tratado, na maioria das vezes, como dados prontos, privilegiando a memorização e repetição verbal, o que gera práticas alicerçadas no conteudismo e na efetivação de aulas que não instigam e provocam o diálogo, o debate, ou seja, a troca de saberes. Desse modo, um ensino que possibilite que os educandos, de fato, se apropriem dessa relação conceito/conteúdo, considerando o nível cognitivo de cada faixa etária de ensino, por exemplo, requer uma prática pedagógica calcada no questionamento, no confronto de ideias; cabendo demarcar ainda, que a apropriação conceitual tem maior sentido quando são consideradas as experiências particulares dos sujeitos em formação, bem como suas realidades intrínsecas.